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Capa da TESE - Fesete

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colectivas dependem, portanto, dos interesses comuns. A acção colectiva está liga<strong>da</strong> aocarácter colectivo <strong>da</strong> acção desenvolvi<strong>da</strong> pelos actores colectivos, que são os sujeitos dessasacções (Maia, 2002, pp. 8-9).Observamos que a quebra do movimento sindical em Portugal e no geral <strong>da</strong> Europa resulta demúltiplos factores. Silva releva cinco: (1) as grandes per<strong>da</strong>s na dimensão e no papel <strong>da</strong>indústria e/ou sector produtivo; (2) os novos tipos de emprego, uma parte resultante <strong>da</strong>aplicação de novas tecnologias, outra <strong>da</strong> emergência de novos serviços e activi<strong>da</strong>des, todosmarcados pelo aumento generalizado <strong>da</strong> precarie<strong>da</strong>de do trabalho; (3) influencia ideológicaneoliberal dominante e o papel dos média que impõem um individualismo institucionalizado,também sobre o mercado do trabalho, as relações laborais, manipulando contra os sindicatosconceitos muito sensíveis para a organização do trabalho, como são os <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>competitivi<strong>da</strong>de; (4) as condições de organização, movimentação e influência <strong>da</strong>smultinacionais; (5) a fragilização e o crescente descrédito do poder político democrático, quedificulta a construção e, acima de tudo, a credibilização de compromissos nos mais diversoscampos (Silva, 2007, pp. 449-450).Segundo Hyman a crise do sindicalismo tradicional é reflecti<strong>da</strong> não apenas pelosindicadores óbvios de per<strong>da</strong> de força e de eficácia, mas também na exaustão do discursotradicional e o falhanço na capaci<strong>da</strong>de de respostas aos novos desafios ideológicos. Ossindicatos têm que recuperar a iniciativa ideológica, para continuarem a ser agentes derelevância na mobilização socioeconómica. Os sindicatos precisam de novas utopias e estassão provavelmente difíceis de materializar se o seu enfoque for apenas colocado ao nívelnacional (Hyman, 2001, p. 173).A segmentação e a flexibilização do trabalho implicam uma crescente diversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>scondições de trabalho, a diferenciação e a individualização <strong>da</strong>s relações de emprego. Aflexibili<strong>da</strong>de apela a uma moral individualista basea<strong>da</strong> na realização do indivíduo, no seuempenhamento e não no interesse colectivo ou em valores sociais. A individualização dosvalores, exaltação <strong>da</strong> subjectivi<strong>da</strong>de e responsabili<strong>da</strong>de individual são os princípios para amobilização dos recursos humanos ao serviço <strong>da</strong>s empresas. Os críticos destas práticas degestão dos recursos humanos consideraram que o que tende a prevalecer não é oindividualismo-emancipação portador de maior liber<strong>da</strong>de, autonomia e capaci<strong>da</strong>de de acção,mas um individualismo-fragilização que torna o indivíduo um ser isolado submetido àinsegurança, desfiliação e fragilização do laço social (Kovacs, 2005, pp. 14-15).Contudo, Cerdeira observa que se a transformação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de industrial e asmu<strong>da</strong>nças nas organizações do trabalho estão a enfraquecer os recursos tradicionais do podersindical, nomea<strong>da</strong>mente, a eficácia <strong>da</strong>s greves, perante as ameaças de encerramento e45

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