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Capa da TESE - Fesete

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3. Acção dos Parceiros Sociais na Nova Fase de InternacionalizaçãoPara Ferreira e Henriques, o mundo laboral europeu e internacional sofreu nos últimostrinta anos, mutações diversas na sua estrutura e conteúdo, quando perspectivado na ópticados sistemas de relações laborais, do direito do trabalho, dos mercados laborais ou do lugarocupado pelo trabalho nas socie<strong>da</strong>des actuais. Estamos num momento histórico envolvendouma dicotomia entre dimensões de crise e de transformação. Do ponto de vista <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>relação entre a convenção colectiva e o contrato individual de trabalho importa sublinhar asmutações verifica<strong>da</strong>s na estrutura contratual laboral, entre outras dimensões, a contraposiçãoentre a relação individual de trabalho e a relação colectiva de trabalho, e os modos deprodução e aplicação <strong>da</strong> normativi<strong>da</strong>de laboral.A moderni<strong>da</strong>de laboral constituiu-se na base de duas tensões. A primeira gera-se nacontraposição entre o status e o contrato. Do ponto de vista institucional e normativo, asolução encontra<strong>da</strong> nas socie<strong>da</strong>des democráticas e respectivos sistemas <strong>da</strong>s relações laboraisfoi a do reconhecimento de que o trabalho não é uma mercadoria e não o sendo, aos ci<strong>da</strong>dãosnas relações de trabalho não se lhes aplicaria o direito civil mas sim um direito de naturezasocial. Assim, a especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s normas laborais encontraram a sua identi<strong>da</strong>de política ejurídica no princípio <strong>da</strong> discriminação positiva <strong>da</strong> parte mais débil na relação laboral (favorlaboratoris), o trabalhador, recusando o tradicional paradigma civilista de igual<strong>da</strong>de formal,gerador de injustiça e iniqui<strong>da</strong>de, quando aplica<strong>da</strong> nas relações laborais.A segun<strong>da</strong> tensão presente na estruturação do mundo laboral, resulta <strong>da</strong>s relaçõesestabeleci<strong>da</strong>s entre o Estado e a socie<strong>da</strong>de civil. Ao longo de um processo histórico onde asfronteiras entre o Estado e a socie<strong>da</strong>de civil foram adquirindo uma geometria variável fixouseuma matriz defini<strong>da</strong> pelo facto <strong>da</strong>s relações de trabalho serem o primeiro espaço social aser submetido ao princípio <strong>da</strong> auto regulação, através <strong>da</strong> contratação colectiva.O sentido <strong>da</strong>s transformações <strong>da</strong> actual fase de transição paradigmática do mundolaboral questionadora do modelo fordista, tem sido alvo de diferentes abor<strong>da</strong>gens. De umaforma transversal essas abor<strong>da</strong>gens captam as mu<strong>da</strong>nças liga<strong>da</strong>s às transformações <strong>da</strong>srelações de confiança e de responsabili<strong>da</strong>de, as mutações nas formas de dominação e depoder, a diminuição <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de integradora do trabalho e dos vínculos sociais a eleassociados e o risco <strong>da</strong> falta de integração e coesão sociais.O trabalho “mercantiliza-se” perdendo as residuais, mas fun<strong>da</strong>mentais, dimensõesassocia<strong>da</strong>s ao status e à especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s relações laborais que sustentam a ideia de que otrabalho não é uma mercadoria. O desemprego em massa, a discriminação de género, <strong>da</strong> raçaou etnia, o trabalho migrante, o trabalho ilegal e a existência de uma mão-de-obra barata esem direitos, à escala global, tornam-se predicados <strong>da</strong>s “novas” oportuni<strong>da</strong>des do modelo40

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