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Capa da TESE - Fesete

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Analisando o sistema <strong>da</strong>s relações colectivas de trabalho em Portugal, Freire,considera-o “desiquilibrado, paralisado e prisioneiro de um conjunto de poderes, contrapoderes e fixações jurídicas que lhe tolhem grande parte <strong>da</strong> sua eficácia de funcionamento”(Freire, 2001, p. 86). A Comissão Europeia lançou em 2007 e colocou à discussão pública, oLivro Verde Modernizar o Direito do Trabalho para Enfrentar os Desafios do Século XX, oqual, partindo dos desafios resultantes <strong>da</strong> globalização e <strong>da</strong>s exigências <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de,pressupõe à parti<strong>da</strong> que os modelos tradicionais do contrato de trabalho e <strong>da</strong> relação deemprego, conhecidos como modelo Social Europeu, não são viáveis para o futuro, pelo quepreconiza a necessi<strong>da</strong>de de uma reflexão sobre a forma de flexibilizar ain<strong>da</strong> mais as relaçõeslaborais e introduzir o conceito de flexisegurança.A Comissão Europeia parte do pressuposto que os “modelos tradicionais” do contratode trabalho e <strong>da</strong> relação de emprego não são viáveis para o futuro, incentivando os Estadosmembrosa iniciarem uma reflexão sobre a forma de flexibilizar ao máximo as relações detrabalho, garantindo concomitantemente alguma segurança aos trabalhadores, ou seja,propõem uma reflexão sobre a chama<strong>da</strong> flexisegurança. Assim a Comissão Europeia delimitao debate à discussão <strong>da</strong> flexibilização do “modelo tradicional” de relações de emprego, demodo a favorecer as empresas, fragilizando a posição dos trabalhadores na relação laboral edescaracterizando o direito do trabalho, enquanto direito de protecção do trabalhador. Emsuma, o modelo actual de relações de emprego é considerado totalmente inadequado àsnecessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s empresas e dos mercados que, face à inovação tecnológica e às pressões <strong>da</strong>globalização, exigem uma organização mais flexível em termos de horários, salários e númerode trabalhadores ao serviço. Neste sentido, será necessário que as normas laborais sejammenos rígi<strong>da</strong>s e menos protectoras para todos os trabalhadores, ou seja, que todos ostrabalhadores tenham condições de trabalho e direitos inferiores aos actuais (COMISSÃODAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 2006, pp. 3-17).O Livro Verde, desvaloriza a contratação colectiva, enquanto meio de regulaçãoprivilegiado <strong>da</strong>s relações de emprego e o instrumento mais adequado de criação de normasnegocia<strong>da</strong>s e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s às necessi<strong>da</strong>des dos trabalhadores e <strong>da</strong>s empresas, numa perspectivade compatibilização dos direitos de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia no trabalho e a produtivi<strong>da</strong>de.Os políticos europeus responsáveis ao nível dos governos e <strong>da</strong>s instituições <strong>da</strong> UE aoadmitirem competir nos mercados internacionais na base de mercados de trabalho fortementedesregulamentados, com baixos custos salariais e no enfraquecimento dos seus sistemassociais, estão a escamotear que foi com o seu modelo social que a UE se tornou o maiorparceiro comercial do mundo. Ao contrário do que prometeram aos trabalhadores e aos seuspovos, propõem uma harmonização social no retrocesso. Essa proposta, para além <strong>da</strong>33

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