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Capa da TESE - Fesete

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3. O Código do Trabalho e a Negociação ColectivaAs mu<strong>da</strong>nças dos conteúdos <strong>da</strong>s convenções colectivas de trabalho figuram hoje denovo na agen<strong>da</strong> política. No quadro <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> ofensiva neoliberal as pressões fazem-se nosentido <strong>da</strong> individualização <strong>da</strong>s relações de trabalho e <strong>da</strong> desregulamentação comconsequências na intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> exploração dos trabalhadores. O Código do Trabalhoaprovado em 2003 procedeu a uma sistematização <strong>da</strong> legislação do trabalho ao mesmo tempoque alterou profun<strong>da</strong>mente as regras do jogo desequilibrando ain<strong>da</strong> mais as relações de poderentre os parceiros sociais no sentido do reforço do poder <strong>da</strong>s organizações patronais e <strong>da</strong>sempresas individualmente considera<strong>da</strong>s. O Código do Trabalho marca de forma indeléveltodos os processos de negociação em Portugal, nomea<strong>da</strong>mente como instrumento de denúnciae caduci<strong>da</strong>de dos CCT’s apenas pela vontade unilateral de uma <strong>da</strong>s partes outorgantes <strong>da</strong>negociação.O que pretendemos eluci<strong>da</strong>r nesta fase <strong>da</strong> investigação empírica é saber se o Códigodo Trabalho condicionou ou não os processos de negociação colectiva sectorial nas ITVC.Começamos por procurar saber qual a tendência dos resultados <strong>da</strong> negociação colectiva emPortugal, entre 1996-2007, tendo como referência uma análise mais fina antes de 2003 edurante e após 2003. Tendo como informação base os <strong>da</strong>dos disponibilizados periodicamentepelo Concelho Económico e Social (CES) aos parceiros sociais (Anexo XVI), podemosverificar que existem do ponto de vista quantitativo tendências de negociação decrescentesnos CCT’s e AES e lentamente crescente nos ACTs. Em 1996 registamos a negociação de292 CCT’s e em 2007 160 CCT’s, com uma redução significativa na negociação a partir de2003.Ao nível <strong>da</strong> negociação sectorial nas ITVC (Anexo XII) no período entre 1996 e 2002,um período de sete anos, foram negociados 13 CCT’s sectoriais. No período de 2003 a 2007,um espaço de cinco anos, foram negociados 14 CCT’s sectoriais, sendo que nos anos de 2006e 2007 os CCT’s negociados ao nível sectorial correspondem ao total <strong>da</strong>s propostasapresenta<strong>da</strong>s para negociação pelos parceiros sociais sindicais. Numa análise mais fina aosresultados <strong>da</strong> negociação sectorial ao nível anual, (Anexo XII), detectamos uma fraca eirregular negociação: em 2002, 2004 e 2005, não se negociou nenhum CCT; em 1999 apenasfoi negociado 1 CCT; em 1996, 1997, 2000, 2001 e 2003 foram negociados anualmenteapenas 2 CCT’s; em 1998 foram negociados 4 CCT’s; finalmente em 2006 e 2007 foramnegociados anualmente 6 CCT’s, correspondendo à totali<strong>da</strong>de de propostas apresenta<strong>da</strong>s paranegociação pelas organizações sindicais.Os <strong>da</strong>dos recolhidos e analisados permitem-nos registar duas tendências. Ao nívelnacional com a publicação do Código do Trabalho, em 2003, acentuou-se a quebra que já se230

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