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Capa da TESE - Fesete

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neoliberal <strong>da</strong>s relações laborais. Também um sentimento geral de precarie<strong>da</strong>de definido comoinsegurança (de estatuto), de incerteza (quanto ao futuro) e de desprotecção (de si próprio e doseu património), manifesta-se no mercado de trabalho sob a forma de fragmentação <strong>da</strong> relaçãode trabalho subordinado tradicional (de duração indetermina<strong>da</strong>, apresentando garantia decarreiras e protecção social).Ferreira e Henriques, partilham a ideia de que as actuais tendências de transformação ede crise do mundo do trabalho ilustram o paradoxo emergente <strong>da</strong> concorrência de modelossócio-laborais, onde o velho paradigma do industrialismo clássico, convive com o paradigmapós-fordista, onde a socie<strong>da</strong>de de informação e do conhecimento convive com a socie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>exclusão e <strong>da</strong> desintegração social, e onde a dimensão colectiva de trabalho convive com oneoindividualismo <strong>da</strong>s relações laborais. Perdem espaços as convenções colectivas, perdecentrali<strong>da</strong>de a negociação colectiva, ganham espaço sócio-laborais as negociações informais einterpessoais escora<strong>da</strong>s na promoção <strong>da</strong> autonomia individual, reconhecíveis nas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>desde contratação precária e tendencialmente “civilistas” (Ferreira; Henriques, 2006, pp. 60-63).Tudo indica estarmos perante uma nova fase <strong>da</strong> internacionalização. Ferner e Hymanassinalam novas pressões sobre as economias nacionais, face à incorporação de novas regiõesna economia mundial, do surgimento de novos competidores internacionais, como porexemplo a China e a Índia; não menos relevante, a disponibili<strong>da</strong>de de trabalhadores nos paísesde leste, que com níveis de escolari<strong>da</strong>de e qualificações eleva<strong>da</strong>s aceitam trabalhar a troco debaixos salários. Ferner e Hyman consideram que a mu<strong>da</strong>nça crucial na déca<strong>da</strong> de 90 assentena competitivi<strong>da</strong>de entre a quali<strong>da</strong>de e custo já não são alternativas. “O sucesso depende ca<strong>da</strong>vez mais <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de para combinar alta quali<strong>da</strong>de e confiança com custos competitivos e<strong>da</strong>í existirem agora maiores pressões no controlo dos custos de trabalho, mesmo emeconomias que competiram previamente na base <strong>da</strong> produção de quali<strong>da</strong>de flexível” (Ferner;Hyman, 1998, p. xxiii). A apreciação <strong>da</strong> convergência ou diferenciação continua <strong>da</strong>s relaçõeslaborais implica, segundo Ferner e Hyman, que se considerem as interacções complexas entreas forças transnacionais usualmente entendi<strong>da</strong>s como impulsionadoras <strong>da</strong> convergência e apersistência de instituições nacionais específicas, padrões de experiência história e escolhasestratégicas (Ferner; Hyman, 1998, pp. xi-xv).Segundo Estanque e Ferreira, os problemas <strong>da</strong> transformação <strong>da</strong>s relações laborais temnecessariamente de ser discutido à luz do actual contexto de globalização económica comvista a eluci<strong>da</strong>r as consequências deste processo para o movimento sindical e dos novosdesafios que este tem hoje pela frente. A economia mundial desde sempre assentou emmúltiplos desequilíbrios entre centros e periferias. Actualmente, os contrastes entre pólos dedesenvolvimento e zonas de exclusão, assumem, não só, contornos particularmente chocantes41

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