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Capa da TESE - Fesete

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sistemas de relações laborais é muito improvável e a sua homogeneização ain<strong>da</strong> mais, <strong>da</strong>dosos diferentes pontos de parti<strong>da</strong> e trajectórias. Considera, ain<strong>da</strong>, os dilemas e as evoluçõesespecíficas <strong>da</strong>s relações colectivas de trabalho identificando os sentidos <strong>da</strong>s mutações emcurso, relevando a negociação colectiva de âmbito sectorial, onde se jogam diferentesaspectos: a regulação <strong>da</strong>s relações e condições de trabalho; a regulação do mercado detrabalho; a regulação económica; a gestão <strong>da</strong>s mutações tecnológicas e organizacionais. Estespodem ser bastante influenciados pelas condições técnico-económicas, mas sofrem também,certamente, a influência de condições sociais e políticas, tanto mais que com estes aspectos sejogam outros como a gestão identitária <strong>da</strong> constituição e de legitimação dos actores e aprocura de maximização de recursos de poder, (Lima, 2004, pp. 97-98).O sindicato representa trabalhadores por conta de outrem, produtores que vendem asua força de trabalho para obterem o potencial de bens necessários à sua reprodução social.Como organização, o sindicato desenvolve nos indivíduos que o compõem relações com opoder e, acima de tudo, potencia o seu poder organizacional junto de outros poderes, desde opoder-patrão, passando pelos poderes locais, até ao poder-Estado e Estados-bloco, ou “poderglobal” (Silva, 2000, pp. 48-51).O acréscimo progressivo de diversas formas flexíveis ou instáveis de emprego,inserido nos processos de difusão <strong>da</strong>s TIC, o desenvolvimento <strong>da</strong> concorrência entre empresasao nível mundial e a destabilização dos Estados-previdência, são algumas <strong>da</strong>s questões sociaismais relevantes que hoje desafia o movimento sindical. Os sindicatos asseguraram no passadogrande parte <strong>da</strong> sua força e do seu poder organizativo na estabili<strong>da</strong>de do trabalho assalariado,formalizado numa relação de emprego e num contrato de trabalho.Na opinião de Cerdeira, a difusão <strong>da</strong>s TIC e a pressão concorrencial ao induziremtransformações no trabalho no sentido <strong>da</strong> requalificação ou desqualificação e ao segmentarema situação dos assalariados face ao trabalho, questionam as fontes tradicionais derecrutamento sindical, de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e de mobilização para a acção sindical. Asegmentação e flexibilização do trabalho e do emprego ao diversificar horários,remunerações, estatutos, identi<strong>da</strong>des e representações colectivas, alteram as condições quepermitiram aos trabalhadores constituírem uma força de contra poder, capaz de contrabalançaro poder <strong>da</strong>s forças económicas. A fragmentação e a atomização dificultam a formação decolectivi<strong>da</strong>des de trabalho estáveis, favoráveis ao desenvolvimento de acções colectivas e aprogressiva concentração do poder a nível de grandes actores económicos não é compensa<strong>da</strong>por uma força equivalente do lado do trabalho (Cerdeira, 2005, pp. 91-92).Por acção colectiva pode entender-se o conjunto <strong>da</strong>s condutas coordena<strong>da</strong>s de umgrupo em vista à realização dos seus interesses, segundo valores comuns. As acções44

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