12.07.2015 Views

Capa da TESE - Fesete

Capa da TESE - Fesete

Capa da TESE - Fesete

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Dentro <strong>da</strong> UE um dos mais recentes aparelhos retóricos é a ideia de diálogo social.Muito tempo e muita energia são dispendidos por representantes dos trabalhadores e dosempregadores, mas raramente produzem acordos com carácter geral e com conteúdosconcretos. Frequentemente as discussões resultam numa “opinião conjunta” que pode ser defacto confortante, ou não, saber que os representantes sindicais conseguem alinhar as suasopiniões com as opiniões dos empregadores; mas o efeito real é imperceptível. Mas dentro eentre os sindicatos em si, a perseguição do diálogo e a procura de uma opinião comum sãorequerimentos vitais. Uma capaci<strong>da</strong>de sindical melhora<strong>da</strong> e de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de necessitam deum grande nível de discussão multidimensional, comunicação e entendimento. Para resultar aum nível internacional, os sindicatos acima de tudo devem usar a experiência que obtiveram anível nacional nos esforços de reconstituir os sindicatos como corpos que acolhem relaçõesinteractivas internas e que servem mais como redes do que como hierarquias (Hyman, 2001,p. 174).Na sua reflexão sobre a construção <strong>da</strong>s democracias constitucionais europeias,Estanque considera que nessa construção é inquestionável o papel decisivo <strong>da</strong> conflituali<strong>da</strong>desocial e do sindicalismo, assim como releva os elevados custos suportados pelas classestrabalhadoras na conquista de um modelo baseado no contrato social e nos direitos deci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. No entanto, desde meados dos anos oitenta, assistiu-se a uma tendência para oesgotamento <strong>da</strong> relação salarial fordista, o Estado previdência entrou em crise e o chamadomodelo social europeu está em risco de colapsar. Com as tendências de globalizaçãoeconómica e financeira, o aumento <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de, a abertura <strong>da</strong>s fronteiras do comérciomundial, expandiu-se uma nova on<strong>da</strong> liberal apoia<strong>da</strong> nas TIC, o que fez reemergir velhosproblemas sociais e o surgimento de novos problemas. Estas mutações promovem novascontradições e desigual<strong>da</strong>des sociais nas socie<strong>da</strong>des contemporâneas com resultados narecomposição e des-stan<strong>da</strong>rdização <strong>da</strong>s formas tradicionais de trabalho (Estanque, 2006, pp.1-2).Colocando o enfoque na crescente exaustão dos regimes democráticos formais,Estanque considera que é ca<strong>da</strong> vez mais urgente que a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia cívica e política se projectemnuma nova dimensão. Assim, importa promover a recuperação do sujeito social activo, ouseja, promover uma ruptura com o individualismo conformista e consumista que aracionali<strong>da</strong>de moderna produziu com o triunfo do capitalismo, e que o neoliberalismo vigentetem vindo a expandir à volta do globo nas últimas déca<strong>da</strong>s. Para Estanque, os défices deautonomia e iniciativa individual diagnosticados na socie<strong>da</strong>de portuguesa, devem-se, não auma qualquer essência individualista dos portugueses, mas sim ao clima de constrangimentos53

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!