14.04.2017 Views

Direito Penal Esquematizado - Parte-Geral - 5ª Ed. - 2016 (1)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

■ 8.2.17.1. Princípio da especialidade<br />

A relação de especialidade verifica​-se quando há entre os tipos penais que descrevem os delitos em<br />

análise relação de gênero e espécie. O crime que contém todas as elementares do outro, mais algumas<br />

que o especializam, denomina​-se crime especial, e o outro, crime genérico.<br />

Tal relação se verifica, por exemplo, entre o homicídio (crime genérico) e o infanticídio (crime<br />

especial); vide arts. 121 e 123 do CP.<br />

■ 8.2.17.2. Princípio da subsidiariedade<br />

Este princípio tem aplicação sempre que um crime é elemento constitutivo ou circunstância legal de<br />

outro. O crime que contém o outro chama​-se crime principal ou primário, e o que está contido neste,<br />

crime subsidiário ou famulativo.<br />

É o que ocorre, por exemplo, com a omissão de socorro, que, embora seja um crime autônomo (CP,<br />

art. 135), figura como causa de aumento de pena do homicídio culposo (CP, art. 121, § 4º, primeira<br />

parte). O mesmo se verifica no Código Brasileiro de Trânsito (arts. 303, parágrafo único, e 304).<br />

■ 8.2.17.3. Princípio da consunção ou absorção<br />

O princípio em tela faz com que um crime que figure como fase normal de preparação ou execução de<br />

outro seja por este absorvido. Assim, por exemplo, se uma pessoa pretende matar alguém e, para isto,<br />

produz​-lhe diversas lesões que, ao final, causam​-lhe a morte, as lesões corporais (crimes​-meios) são<br />

absorvidas (ou consumidas) pelo homicídio (crime​-fim). O crime pelo qual o agente responde<br />

denomina​-se delito consuntivo, e aquele(s) absorvido(s), crime(s) consumido(s).<br />

Com base neste princípio, fala​-se ainda em crime progressivo, sempre que o autor do fato,<br />

pretendendo um resultado de maior lesividade, pratique outros de menor intensidade, como no exemplo<br />

acima retratado.<br />

■ 8.2.18. Quanto à ação penal<br />

De acordo com os Códigos <strong>Penal</strong> e de Processo <strong>Penal</strong>, as ações penais se classificam segundo o seu<br />

titular (critério subjetivo). Há, portanto, crimes de ação penal de iniciativa pública, quando a<br />

titularidade do direito de ação penal incumbir ao Estado, por meio do Ministério Público (CF, art. 129,<br />

I), e crimes de ação penal de iniciativa privada, nos quais a tarefa de mover a ação penal recai sobre o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!