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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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ESTRUTURM SOCIAIS E SUBJETIVIDADE<br />

ANAMARIA NlèoG cl.oAfosTA<br />

Pontiffda Universida<strong>de</strong> Catölica do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

IM acordo com o sociölogo ingus Bask Bemstein (1980), diferentes estnzturas<br />

sociais geram diferentes sistemas <strong>de</strong> fala que, assodados a diferentes modos <strong>de</strong><br />

agencinmento e controle fnmiliar <strong>de</strong> comportnmentos, sentimentos e form as <strong>de</strong> se relacionar<br />

com o mundo externo e interno, têm importantes consequlndas psicolö#-<br />

CaS. '<br />

Nesta alirmalo jé po<strong>de</strong>mos observar dois dos principais modos atravds dos<br />

quais o social partidpa da estruturaçâo da subjetivida<strong>de</strong>. (1) Atravds da intemalizaçfo<br />

da lfngua materna (ou melhor, <strong>de</strong> lma <strong>de</strong> suas variantes) a criança entra em contato<br />

com e internaliza llma primeira f om m d einterpretar<br />

o mtmdo extem o e interno.' Is-<br />

to porque a lfngua materna d na realida<strong>de</strong>, a pdmeira teoria <strong>de</strong> que dispom os para<br />

realizar este tipo <strong>de</strong> interpretaçzo. (2) Através <strong>de</strong> seu contato com seus principais agentes<br />

socializadores (seus pais, fnmiliares e professoies) a criança apren<strong>de</strong> a usar este instrumento<br />

teörico (i.e. a lfngua) contextualizadnmente e a agenciar seus sentimentos,<br />

fantasias. <strong>de</strong>seios e comportamentos <strong>de</strong> forma com' patfvel com a <strong>de</strong> seu v upo fnmiliar<br />

e social. . . :. . . . . .<br />

. Mas, tudo iso carece <strong>de</strong> maior explicitalo. Para tanto goptaria <strong>de</strong>, tomando<br />

por base plindpnlmente ps trabnlhps <strong>de</strong> Basil Bernstein (1977, 1980), <strong>de</strong>lineF os contom<br />

os <strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> socializaçâb - que chnmei <strong>de</strong> Stmo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> compartilhada''<br />

e tmo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> .diferenciada' (ver Nicoladdaf osta, 1988a e<br />

1988b) - que, pelo menos em suas versGes mais extremas, parecem ter origem em diferentes<br />

Mmadas sociais (o primeiro no que se convendonou chnmar <strong>de</strong> tçcnmadas populares'<br />

e o segundo na çcam' adas mëdias'). . . . .<br />

Feito isto, gostaria <strong>de</strong> discutir brevemente como, com alptmas alteiaçöes,<br />

estes mesmos mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>m ser ûteis para a ano se das préticas socializatörias 1emdas<br />

a cabo pelos m embros <strong>de</strong> tlm mesmo segmento sodal, no caso, as chamadas<br />

ltcamadas médias'' * ,<br />

.<br />

O primeiro mo<strong>de</strong>lo, o <strong>de</strong> 'ti<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> compartilhada'', distinguq-se pelo uso<br />

quase exclm ivo <strong>de</strong> uma variante lingûistica que enfatiza ao invés <strong>de</strong> processos, o aqttie-agora<br />

ao invés do planejamento! a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social baseada na semelhança ,ao invds<br />

da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pesoal baseada na diferença. A esta variante linlistica (que recebeu o<br />

controvertido nome <strong>de</strong> tcödigo restrito') asociaie um tipo <strong>de</strong> controle familiar orientado<br />

para o status, ou seja para papdis sociais bem-<strong>de</strong>finidos. Faste tipo <strong>de</strong> socializaWo,<br />

que segundo Bem stein ë m ais frequentemente encontrado nas 'tclrses trabalhadoras'',<br />

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