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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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78<br />

f no exercfcio da dinâmica entre interesses diversos e por vezes conflitantes,<br />

que se po<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r a manifestaçïo do po<strong>de</strong>r na fam l-lia. A figura m aterna, que<br />

emerge dos <strong>de</strong>poimentosy nâb aparece apenas como elemento submetido integralmente<br />

ao com ando muculino e com atuaçâo limitada ao âmbito domdstico, mas assoma<br />

como parceira ativa nas <strong>de</strong>cis& s e disputas que envolvem a realizaçâo <strong>de</strong> aspiraçöes<br />

' coletivas ou individuais. Graças às mfltiplas ativida<strong>de</strong>s maternas - ativida<strong>de</strong> profissional<br />

geradora <strong>de</strong> rendimentos, auxlio prestado ao trabalho do marido, produçâo <strong>de</strong><br />

valores <strong>de</strong> uso na esfera domëstica -, o casal constitui-se como lmida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperaçâo<br />

econômica, voltada para usegurar a mobilida<strong>de</strong> social e a escolarizaçfo prolongada dos<br />

filhos, m antendo-os fora do m ercado <strong>de</strong> trabnlho atd a conclusâb do curso superior.<br />

A participaçâo das esposas na fqrmaWo da renda familiar, apesar <strong>de</strong> significativa<br />

para essa geraçâb <strong>de</strong> mllheres, permaneceu subordinada ao papel <strong>de</strong> mfe, responsâvel<br />

pela socializaçâo dos filhos, e <strong>de</strong> dona <strong>de</strong> casa encarregada da produçâo, ou da<br />

direWo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s geradoras <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> uso para a famflia. Ao mesmo tempo,<br />

esas m lheres <strong>de</strong>monstraram gran<strong>de</strong> empenho, cujo objetivo foi concretizado na<br />

m aioria dos casos, para que as filhas também conclufssem o curso superior e, com isso,<br />

adquirissem in<strong>de</strong>penddncia fmanceira. Na representaçâo m aterna, as filhas nâo <strong>de</strong>verinm<br />

tornar-se donas <strong>de</strong> casa convencionais, mas <strong>de</strong>veriam ser habilitadas a fazer e/ou<br />

dirigir os trabnlhos dom ësticos e a exercer um a ativida<strong>de</strong> profissional. Com isso, as<br />

mâbs das entrevistadas incentivaram as flhas a integrarem o mercado <strong>de</strong> trabnlho e<br />

a assumirem llma posiçâo inovadora na fam l%ia, ampliando, sobretudo na amostra A,<br />

a posiçâb que elas pröprias havinm parcialmente conquistado em suas fam flias.<br />

A histöria <strong>de</strong> Wda das fam l'li% <strong>de</strong> origem dos dois grupos cnminha <strong>de</strong> modo<br />

bastante semelhante nas etapas ànteriores ao ingresso dos filhos no curso superior, que<br />

ocorre no final da ddcada <strong>de</strong> 60. Nesse m omento, verifica-se a segmentaçâo da fnm flia<br />

<strong>de</strong> origem , pois diversos entrevistados - homens e mulheres -, mudarnm -se para<br />

outras cida<strong>de</strong>s a fim <strong>de</strong> frequentar escolas superiores p%sando a <strong>de</strong>sfmtar <strong>de</strong> maior<br />

autonomia. A partir <strong>de</strong>ssa etapa <strong>de</strong>senham -se linhas <strong>de</strong> conduta diversificadas para os<br />

dois grupos pesquisados.<br />

Provenientes <strong>de</strong> fnm lias com menores recursos fmanceiros, os componentes<br />

do grupo A cursaram, em sua maioria, Imiversida<strong>de</strong>s pûblicas, portanto, gratuftas.<br />

Nelas, passaram a viver em 1xm lmiverso politizado e caracterizado pela reaçâb às<br />

form as <strong>de</strong> repress:o polftica e intelectual em vigor nos'anos 60 e 70. Entraram em contato<br />

com correntes <strong>de</strong> penspmento diversificadu e com form as <strong>de</strong> conduta inovadoras<br />

que lhes propiciou condiçöes favoriveis para incorporarem uma vksâb politizada da<br />

socieda<strong>de</strong> e da fam lia e para proce<strong>de</strong>rem ao questionamento <strong>de</strong> ambas. Nesse contexto,<br />

em ergem aspiraçöes <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e autonomia face à fam lia nas relaçöes afetivas e<br />

sexuais, aspiraçöes que fornm m ais intensas para as mulheres, sobre as quais o controle<br />

e a vigilância parental ernm maiores. . . ' .<br />

Jâ . os integrantes do grupo B, embora separando-se tambëm da famflia <strong>de</strong>

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