19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

706<br />

car d o processo natural da criança expn-mir sups mensagens, ë necessârio que o receptor<br />

tenha o conhecimento do cödigo (fornecido pelo mdtodo da interpretaçâb dos<br />

sonhos) e a capacida<strong>de</strong> para empregâ-lo (que d bueado na intuiçâb do simbolismo<br />

inconsciente). .<br />

E daf surgem as construçôes teöricas iniciais <strong>de</strong> Melanie Klein. A primeira ë a<br />

<strong>de</strong> que o brincar equivale a 1tm sonhar acordado. A segunda - conseqûente â primeira<br />

- d que, aplicando o mdtodo da interpretaçfo onfrica, adaptado às circunstânci%<br />

especfficas, ë possfvel <strong>de</strong>svendar as mensagens do dinamismo inconsciente. Para criar<br />

essas drcunstincias especfficas Klein propôs Ilma sdrie <strong>de</strong> recomendaçöes para a tëcnica<br />

da psicanâlise <strong>de</strong> crianças, as mais importantes sendo: a) Total confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong><br />

sobre as comlmicaçöes da criança. b) Abster-se <strong>de</strong> atuar pedagogicnmente ou moralisticamente<br />

no contato com a criança-paciente. c) realizar sessöes sempre no consultörio<br />

do analista, em sala apropriada. d) Utilizaçâb <strong>de</strong> blinquedos exclusivos para cada<br />

criança, guardados num a caixa que sö d aberta quando o paciente chega , e d fechada ao<br />

final <strong>de</strong> cada sesâb. e) Limitar o contato com os pais ao mfnimo posfvel. Respeitando<br />

éstas recom endaçöes tdcnicas haver; condiçöes para criaçâo da situaçâo analftica , fundamental<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento da transferdncia , culminando na pelzrose <strong>de</strong> transferdncia.<br />

E serâ a partir da nelzrose <strong>de</strong> transferência e da contratransferdncia m obilizada<br />

que o analista po<strong>de</strong>r; ter uma viv:ncia direta, no aqui e agora do encontro analftico ,<br />

das m anifestaçöes da fantasia insconsciente <strong>de</strong> seu paciente .<br />

Mas nâb foi nada pacffica a apreciaçâo <strong>de</strong> outros analistas sobre proposiçöes<br />

<strong>de</strong> Melanie Klein â. teoria e à tëcnica da psicanllise <strong>de</strong> crianças. Klein teve <strong>de</strong> se haver<br />

com objeçöes cruciais e severas, levantadas princim lmente por ningtzëm menos do que<br />

Anna Freud. E sas objeçöes Klein as reslxmiu e refutou num çesimpösio sobre Anélise<br />

<strong>de</strong> Crianç%'', realizado em D ndres em 1927 e publicado na m esma data . Aqui interessa<br />

citar as objeçôes mais relevantes. Uma <strong>de</strong>las pôs â prova a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Klein suportar<br />

angtistia profissional. Dizia Anna Freud que na cdança no infcio da laténda o<br />

ego e o superego s'âb relativnmente fracos e que a liberaçâb repentina das repressöes<br />

m lo aprofundamento da ano se <strong>de</strong>ixâ-la-ia sem controle sobre os impulsos . Para lidar<br />

com esas objeçöes Melanie Xlein contou com ajuda intelectual e afetiva <strong>de</strong> Karl<br />

Abraham , que supervisionava seu trabaho clfnico e sustentou o aprofundamento da<br />

anâlise infantil. Esse aprofundamento permitiu ligar as reaçöes <strong>de</strong> angtistia à àgressivida<strong>de</strong><br />

subjacente aos conflitos edipianos primitivos. A compreensâo e a aceitaWo dos<br />

impulsos pelo analista diminuia a <strong>de</strong>strutivida<strong>de</strong> e a culpa, abrandando a severida<strong>de</strong> do<br />

superego e fortalecendo o ego da criança. Assim , em vez <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a criança <strong>de</strong>scontrolada<br />

o mëtodo kleiniano a torna m ais integrada: ego , superego e id conseguem llma<br />

conviv:ncia m ais harmoniosa; a repressfo em vez <strong>de</strong> automitica e excessiva , torna-se<br />

seletiva. Outra série crïtica <strong>de</strong> Anna Freud dizia respeito â impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se psicanalisar<br />

a criança porque, â diferença do adulto , a criança nâb estabelece relaçöes<br />

transferenciais. Isso porque, sâb os pais os prindpais objetos da tianqferénda, e eles

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!