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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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408<br />

ftmWo <strong>de</strong>las é atribufda a um agente criador originador <strong>de</strong>ntro do organismo. Se nâo<br />

po<strong>de</strong>mos mostrar o que é responsïvel pelo comportamento <strong>de</strong> l1m homem dizemos que<br />

é e1e mesmo o responsâvel por aquele' comportnmtnto . tçEssa prftica se perpetua porque<br />

resolw nossa ansieda<strong>de</strong>, diante <strong>de</strong> fenômenos inexplicados'' . eçO e?z 6 simplesmente<br />

um recurso para representar lwI sîstema <strong>de</strong> respostasfuncionalmente organîzado '.<br />

Neste quarto enfoque a subjetivida<strong>de</strong> aparece, m rtanto, como mera ficWo<br />

lingufstica ou literâria; e1a nâo existe no plano ontolögico : d um artiffcio <strong>de</strong> linguagem .<br />

Bastante curiosa ë à semelhança entre o conceito <strong>de</strong> ego , freudiano, e essa tiltima<br />

<strong>de</strong>signaWo, <strong>de</strong> Skinner. Diz Freud: çO eu (ego) 6 uma organizaWo, intercalada entre os<br />

estfmulos sensoriais e os atos motores . . . capaz <strong>de</strong> modificar o m undo externo respon<strong>de</strong>ndo<br />

a <strong>de</strong>terminados Fms para o seu proveito'. Trata/e <strong>de</strong> um sistemn funcionalmente<br />

organizado <strong>de</strong> resposta que equilibra a necessida<strong>de</strong> dos apetites ttâs circunstincias<br />

favorâveis do mundo extemo' (1935). . .<br />

A sim a mesma <strong>de</strong>l-miWo, que embasa toda lmn teoria do primado dos processos<br />

subjetivosyfundamenta a negaWo <strong>de</strong>se primado e talvez a pröpria existdncia <strong>de</strong>les.<br />

Na verda<strong>de</strong>, a formulaWo <strong>de</strong> Skirmer, por ser excessivamente gendrica, aplicase<br />

a diversos objetos, como, por exemplo, o software <strong>de</strong> um computpdor, ao qual<br />

dificilmente se rectksaria a <strong>de</strong>signaç:o <strong>de</strong> sistema funcionalmente organizado , <strong>de</strong> respostas.<br />

. . .<br />

O carâter genërico <strong>de</strong>ssa formulaçâo <strong>de</strong> Skinner ë compreensfvel: como nâo<br />

h; um objeto a ser <strong>de</strong>finido a proposiWo po<strong>de</strong>ria atë parecer e1a tambëm lzma ficlo<br />

lingufstica. Mas hâ uma parte da citaWo acima que merece consi<strong>de</strong>raWo mnis aprofundada:<br />

a criaWo conceitual da subjetivida<strong>de</strong> ë <strong>de</strong>terminada pela tnosa ansieda<strong>de</strong>'.<br />

A ansieda<strong>de</strong> ë aqui a necessida<strong>de</strong> subjetiva distorcendo o conhecimento ou ë a manifestalo<br />

<strong>de</strong> um proceso interno afetivo ou afetivo-cognitivo (na segunda aceplo do<br />

termo) no qual a rejeiWo da pröpria subjetivida<strong>de</strong> seria ameaçadora a tlm equillYrio<br />

ou uh ida<strong>de</strong> entre a funlo cognoscente e o seu empfrico (conforme a primeira conotaWo<br />

do termo)? . . .<br />

Desse modo, pareceria que o texto '<strong>de</strong> Skhmer acaba por ensejar â afirmaWo<br />

da subjetivida<strong>de</strong>, com as vârias conotaçöes que o termo recebe, conforme se expôs<br />

acim a. . ' ' '<br />

. Mas ë preciso atentar para' o sentido histörico do contexto em que, o trecho<br />

mencionado se insere. Ali fica patente que a aparente çirreclzsabilida<strong>de</strong>' da subjetivida<strong>de</strong><br />

ou do eu como princfpios <strong>de</strong> uma psicologia , reflete um momento partictlar da<br />

histöria do pensamento oci<strong>de</strong>ntal. Seria a fomla mentis resultante <strong>de</strong> uma educaçâo<br />

ou cultura espiritualista judaico-cristâ que. imporia a noçâo <strong>de</strong> eu e <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>,<br />

' nas duas ou trds primeiras acepW es mencionadas. Num tempo futuro tais entida<strong>de</strong>s<br />

po<strong>de</strong>râo parecer tâo supërfluas e .kracionais como os miasmns e <strong>de</strong>mônios medievais .<br />

Desa perspectiva, nâo parece tfo ousado enten<strong>de</strong>r que a Rsubjetivida<strong>de</strong>' é uma<br />

ficWo lingufstica. '

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