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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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como unificado, provdm da confrontaçâo com a imagem especular quando o sujeito se<br />

percebe pela primeira vez na sua totalida<strong>de</strong>. O reconhedmento alegre da imagem especular<br />

proporciona à criança o sentimento inebriante da lnida<strong>de</strong> do pröprio corpo; a<br />

anglistia primitiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedaçamento d reparada pelo ,investimento narcfsico do pröprio<br />

corpo. O espaço imaginârio habitado pelo corpo possui entâo uma estrutura dupllmente<br />

simztrica nos eixos horizontal e vertical: a direita e a esquerda sâo simdtricas,<br />

como o sâo, por outro lado, o corpo do sujeito e o do outro (o da imagem especular).<br />

O outro torna-se o simdtrico e o complementar do ego:' se h; reciprocida<strong>de</strong> para com<br />

ele, nâo hâ reversibilida<strong>de</strong>. (em Lacan, J., 1967).<br />

O corpo serâ em seguida i<strong>de</strong>alizado como belo e forte: a criança representa a<br />

si m esm a conforme a imagem <strong>de</strong> sua onipoténcia mégica com o falo. Os <strong>de</strong>senhos infantis<br />

contém sinais nâo sö da virilida<strong>de</strong> ou da feminilida<strong>de</strong> mas ainda do narcisismo e <strong>de</strong><br />

suas feridas.<br />

Em sum a, a imagem do corpo po<strong>de</strong> ser entendida como uma imagem narcfsica<br />

que se elabora na alternância da presença e da auséncia materna. E1a irâ refletir a histöria<br />

do sujeito nas suas relaçöes com a mâb e com o ambiente; esta lzistöria nâb se<br />

reduz às sensaçöes exm rhnentadas m as diz respeito tnmbdm , <strong>de</strong>vido a evoluçâo psicosexual<br />

da criança, ao que foi' simbolicamente apreendido. E atrav/s da m ediaçâo pela<br />

palavra que a imagem do corpo se constitlzi e se lmifica verda<strong>de</strong>irnmente. Na fase do<br />

espelho a tomada <strong>de</strong> consci:ncia do corpo Ilnificado é ainda imaginiria. Mas d no <strong>de</strong>clfnio<br />

do fdipo que esa distância entre o sujeito e o outro se torna real porque o outro é<br />

vivenciado como verda<strong>de</strong>iramente outro em relaçâb ao sujeito. Portanto a imagem do<br />

corpo <strong>de</strong>corre das experidncias simbölicas das relaçöes afetivas com os dois pais e nâo<br />

sö das relaçöes sensoriais. (em Freud, S., 1969 e Dolto, F., 1969, 1974). '<br />

Acreditamos que o estudo das repercussöes <strong>de</strong> certas cinzrgias mutiladoras<br />

como, por exemplo, a m%tectomia po<strong>de</strong> contribuir para o aprofundamento da noçâo<br />

<strong>de</strong> corpo vivido e da imagem do corpo. O tumor maligno e a ablaçâb do seio, dizem<br />

respeito ao corpo experimentado e fantasiado pelo sujeito, fonte <strong>de</strong> dor e <strong>de</strong> sofrimento,<br />

mas também <strong>de</strong> prazer e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo. As reaçses da mulher mastectomizada sâb<br />

subjetivas e <strong>de</strong>terminadas pela maneira como e1a estâ vivindo seu corpo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância:<br />

lugar <strong>de</strong> todas as suas experi:ncias consigo mesm a, com os outros e com o mundo.<br />

A sua atitu<strong>de</strong> frente à doença e à pérda <strong>de</strong> um a parte do corpo fortemente investida<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r; da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas experidncias. 0 câncer da mama, com a mutilal o que<br />

e1e acarreta, sendo que esta m utilaçâo tem muitas vezes um a conotaçâo sexual, abala a<br />

estrutura espacial do corpo vivenciado pela m tlher. O câncer é quase sempre associado<br />

com a morte e lembra <strong>de</strong> maneira brutal ao ser humano sua finitu<strong>de</strong>. A pqrda da m ama,<br />

no caso, constitui uma verda<strong>de</strong>ira perda semelhante âquela <strong>de</strong> um ente querido; a<br />

mutilaçâb do corpo precisa ser elaborada através <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> luto jara po<strong>de</strong>r ser<br />

integrado pela m ssoa. , Uma certa hnagem <strong>de</strong> si <strong>de</strong>ve ser abandonada - a imagem <strong>de</strong><br />

llma pessoa completa; di um corpo sâb e perfeito - e lxma nova imagem <strong>de</strong> si <strong>de</strong>ve ser

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