19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

529<br />

aquela crianp tinha limitaçöes intelectuais, com problemas fonoaudiolögicos virios e<br />

serfssimos que, sem dlivida alguma, estaum dificultando sua capadda<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionamento<br />

e <strong>de</strong> aprendizagem . Mas, foi possfvel tnmbdm, constataz, que a criança era capaz<br />

<strong>de</strong> estar atenta e <strong>de</strong> sensibilizar-se por situaçöes m otivadorasie que seu interesse infantil<br />

m lo mtmdo estava ninda, m uito vivo.<br />

Concblindo a primeira parte da exposiçâo, vale a pena referir um caso em que<br />

os limites e as diûculda<strong>de</strong>s na avaliaçâo psicolögica sobrevieram por diferenças culturais<br />

entre psicölogo e cliente, smboj brasileiros. Tais diferenças culturais incidirnm ,<br />

inclusive, nos problemu <strong>de</strong> pronincia e regonalismo, dificultando, alsim, o diâlogo e<br />

a troca <strong>de</strong> informaçöes. Esse caso foi atendido na Clfnica <strong>de</strong> Psicolo#a da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral da Paralfa, em Joâb Pessoa. O exnml-nando era um adolescente <strong>de</strong> 16 anos,<br />

filho <strong>de</strong> camponeses. Veio para a Clfnica diretamente do sezu o paraibano, acompanhado<br />

por sua mâe, <strong>de</strong> 60 anos, para ser exnminado pelo psiquiatra e pela psicöloga no<br />

mesmo dia. M :e e ftlho necessitavnm voltar hnediatnmente para sua casa, situada a<br />

oito horas <strong>de</strong> ônibus da capital e poucas veas tinlmm safdo do seu pequeno pedaço <strong>de</strong><br />

terra, no interior do estado.<br />

A entree ta psicolögca com a m:e foi constantemente marcada, por intervençöes<br />

<strong>de</strong> minha parte, solicitando esclarecimentos. Era pan<strong>de</strong> a dificulda<strong>de</strong> da<br />

senhora sertaneja em articular p:avras e pensamentos, <strong>de</strong> expresar suas iddi% <strong>de</strong><br />

forma clara, além <strong>de</strong> utilizar vocibulos e ditos especfficos daquela resïo nor<strong>de</strong>stina.<br />

Por outro lado, a cliente, a todo momento comentau : çç- sua fala d gozada, nâb consigo<br />

enten<strong>de</strong>r sua fala''. Ambas estavam tusando palavr% comtms do seu cotidiarlo, mas<br />

<strong>de</strong> cotidianos proflm damente distanciados por marcantes diferenps södo-culturais.<br />

As dificulda<strong>de</strong>s se iniciaram a partir da apresentalo do motivo da consulta.<br />

A mâe queria 1lm atestado m ddido para a 'taposentadoria do flho'' e nâb conseglu<br />

esclarecer melhor suas razöes pela busca do atendimento psicolögico. Teve e te e yrds<br />

fllhos, dos quais sobrevivernm cinco e muitos morrernm porque tiveram Gfebre à noite<br />

e quando a gnlinha bota ôvo e canta af a criança m orre''. Disse que o ftlho que ia ser<br />

atendido era muito nervoso e as 'çmâbs tremem <strong>de</strong>mais porque, mxma noite <strong>de</strong> coriscé,<br />

e1e tomou cafë quente e a rajada <strong>de</strong> vento bateu a porta trds veis'.<br />

A entrevista com o adolescente foi igualmente diffcil, pelas mesmas razöes<br />

acima referidas, agravadu por clara <strong>de</strong>ficifncia intelectual. A aplicaWo do INV, forma<br />

C foi interrompida a partir das instruWes, mla total incapadda<strong>de</strong> do cliente <strong>de</strong> en- '<br />

tendê-las.<br />

As exm ridncias referidas apontnm pnm trds asm ctos que dificultRm o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do trabnlho <strong>de</strong> avaliaçâo psicolô#ca no Brasil:<br />

1) Nftidas disparida<strong>de</strong>s sdcioeconômicas que situam 1m quantitativo majori-<br />

tfrio da populaç:o brasileira em nfveis ina<strong>de</strong>quados para o acesso a certas técnicas<br />

Psicodiagnösqco<br />

disponfw is;<br />

2) œ sconhecimento, por proûsionais <strong>de</strong> ireas afms, do trabllho do psicölo-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!