19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

711<br />

A posiWo esquizo-pnmndi<strong>de</strong>, sendo a mais primitiva do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

psfquico, foi alcançada por Melanie Klein por tiltimo, visto que o processo analftico ë<br />

sem elhante ao do arqueölogo. Assim como a Medicina mostra que ë nos primeiros<br />

momentos da vida que a morte ocorre com mais freqûência, na vida mental, analogamente,<br />

o tem or da m orte é mais intenso ao nascer. E aqui também Melanie Klein<br />

aproveita e aperfeiçoa a teoria <strong>de</strong> Freud sobre os instintos <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> m orte. Freud<br />

postula que antes do nasdmento os instintos <strong>de</strong> vida e morte estâo fundidos. Ao nascer<br />

ocorre llma <strong>de</strong>fusâo <strong>de</strong>sses instintos, e o instinto <strong>de</strong> morte, separado, procura<br />

realizar seu f'tm que ë o <strong>de</strong> levar o organismo à m orte. Neste momento, diz Freud , o<br />

organism o, imm lido pelo instinto <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>flete, isto é, <strong>de</strong>svia para longe, o instinto<br />

<strong>de</strong> morte para preservar a integdda<strong>de</strong>. Klein discorda quanto a atribuir ao organismo a<br />

<strong>de</strong>flexâo do instinto <strong>de</strong> morte. E1a acha que esta d uma funçâo <strong>de</strong>fensiva, que d Ilma<br />

tarefa do ego. E assim ela aproveita nâo sö para propor que existe 1xm ego ao nascer,<br />

como também que a primeira <strong>de</strong>fesa visa a salvaçâo da vida do indivfduo. Coerente<br />

com essa proposiçâo <strong>de</strong> que existe 1xm ego ao nascer, existiré tambëm 1zm superego,<br />

e também objetos persecutörios e i<strong>de</strong>alizados, e toda uma intrincada relaçfo com objetos<br />

externos. O porque e o como se forma esa relaçâb <strong>de</strong> objetos vai constituir o cerne<br />

da posiçâo esqlzizo-paranöi<strong>de</strong>. Aqui valeria ressaltar somente que, sendo intensas<br />

e cataströficas as angûstias que asolam o ego, tambdm as <strong>de</strong>fesas' sro bristicas e onipotentes.<br />

Uma <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>fes% ë a clivagem (splitting) que tem por objetivo manter bem<br />

afastados o bom e o mau objeto (cada qual representando ' as forças <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong><br />

morte) para evitar o aniquilamento do bom objeto. Do mesmo modo, para proteger o<br />

ego e o bom objeto dos impulsos <strong>de</strong>strutivos do id tcom as fantasias correspon<strong>de</strong>ntes)<br />

estes s:o exmlidos projetivamente. O projetado retorna e tenta alcançar o fim <strong>de</strong>strutivo<br />

do instinto <strong>de</strong> m orte, tornando-se persecutörio. Assim , o lmiverso do bebd, na<br />

posiçâo esquizo-paranöi<strong>de</strong>, é constitufdo <strong>de</strong> arquipélagos com qualida<strong>de</strong>s absolutas:<br />

totnlmente bons, totalmente maus, ou todo persecutörios, ou todo i<strong>de</strong>alizados. Paradoxslmente,<br />

ë da pureza <strong>de</strong>ssa clivagem que #ai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r posteriormente, na posiçâo<br />

<strong>de</strong>presiva, a posibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma boa integrbçâo das partes boas e mâs do objeto.<br />

Em seu tmimo trabalho extenso, aprofundando o estudo da inveja, Klein<br />

admite que no bebd que nTo consegue transpor <strong>de</strong> um a forma saudâvel a posiçâo<br />

esquizo-paranöi<strong>de</strong> as coisas acontecem diversamente. Nâo se formam esses arquipdlagos<br />

absolutos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> ou plinda<strong>de</strong> total. Isso porque, m lo predom fnio do instinto <strong>de</strong><br />

morte, que se expressa atravds <strong>de</strong> excessiva inveja, voracida<strong>de</strong> e ödio, o objeto bom nâo<br />

se estabelece com pureza, mas <strong>de</strong> forma sempre confusa. O objeto bom nunca d verda<strong>de</strong>iramente<br />

bom: é frâgil, nro é diRo <strong>de</strong> conlazka. Ficou atacado pela inveja. Na<br />

teoria da hweja, lma das <strong>de</strong>ra<strong>de</strong>iras contribuiçöes <strong>de</strong> Melanie m ein, o mito que gratillca<br />

é alvo <strong>de</strong> ataques corrosivos, <strong>de</strong> modo qu' e , jtmto com o leite, o bebé fantasia<br />

que engole fezes envenenadas. Com objetos tâo frigeis e pouco conliveis o ego fica<br />

sem ajuda segura para realizar as tarefas <strong>de</strong> construçâo e reconstruçâo <strong>de</strong> 1lm mlmdo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!