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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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EXPERIMENTACAO COM SEBES HUMANOS*<br />

soNtà VIEIRA<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Cam pinas<br />

Des<strong>de</strong> tempos imemoriais experimentam-se tratamentos novos em pacientes<br />

que apresentam sintomu incomuns ou nâo respon<strong>de</strong>m aos tratamentos convencio-<br />

nais. O ' Cödigo ; <strong>de</strong> Hammurabi, a mais antiga coleçâo <strong>de</strong> leis que se tem notfcia ,jâ pre-<br />

. '<br />

via a exm nmentaçâo com seres humanos e estabelecia prêmios para os dnzrgiöes que<br />

obtinham êxito em .suas expee ncias e castigos para os casos <strong>de</strong> inslzcesso. Os c%tigos<br />

variavnm : <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o simples pagamento <strong>de</strong> multa - a morte <strong>de</strong> nm escravo era paga com<br />

outro escravo igual - atd a amputaçâo das mâbs do cirurgiâb - maneira dristica <strong>de</strong><br />

evitar outros eyros. ' ' .<br />

A experimentaçâo com sçres hllm anos, feita ao longo dos séculos , contdbuiu<br />

para m elhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do homem e sua relaçâo com o meio nmbiente . No<br />

entanto, mesm o as pessoas com certo tre i namento ' c i en tffico , que reconhecem a im-<br />

portância da pesquisa clfnic>, reagem em ocionalmente à iddia <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r â experimentaçâo<br />

com seres hum anos. Esse aparente paradoxo se explica pela ciença, atë<br />

certo ponto inginua, <strong>de</strong>' que todo novo tratamento po<strong>de</strong> ser exm rimentado apenas<br />

em tçcobaias''<br />

Ora, o efeito <strong>de</strong> 1xm tratamento sobre o homem sö po<strong>de</strong> ser observado no<br />

pröprio homem . Assim , mtsmo que um tratam ento possa ser testado em animais ,<br />

precisa ser aplicado, exmrimentnlmente, no pröprio homem. u as ' é preciso ' reconhecer<br />

que a simples mençâo da exm rimeptaçâb com seres hlmanos causa impado pelo<br />

fato <strong>de</strong> as pessoas temerem o abuso. Os abusos jâ ocorreram, estâo ocorrendo e ainda<br />

ocorrerâo. Entretanto, proibir o uso n:o é a melhor maneira <strong>de</strong> impedir o abuso.<br />

A experimentaçâo com seres humanos tem sido feita ao longo dos sdculos ,<br />

com diferentes padröes <strong>de</strong> dtica e <strong>de</strong> qlmlida<strong>de</strong>, em todo o mundo. E as opiniöes sobre<br />

o assunto chegam a ser contraditörias. Enquanto alguns afirmam que nâo se <strong>de</strong>ve<br />

proce<strong>de</strong>r â. experimentaWo ' com seres lstmanos por razöes <strong>de</strong> ética, outros sustentam<br />

exatam ente o contr 4.rk o, i s to ë , que nâb seria dtico <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> experimentar .<br />

Clau<strong>de</strong> Bernard, o gran<strong>de</strong> cientista francds do século passado , colocou a<br />

questâo dos exm rimentos com seres humanos da seguinte forma: Staqueles que po<strong>de</strong>m<br />

*conferênda proferida perante a <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> D icologia <strong>de</strong> m lxir:o W eto . O texto estl total- '<br />

mente bueado no livro t'Exm rimentaçfo com seres humanos'' , <strong>de</strong> Sôrlia Vieira e W 'tlliam Saad<br />

Hossne. Editora Mo<strong>de</strong>rna. 1987.<br />

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