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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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105<br />

Em outras palavras, foi exatamente quando o sujeito passou a se reladonar<br />

lnRtitudonalmente èom um outro, a partir <strong>de</strong> posiçöes nas quais anteriormente havia<br />

visto setus agentes socializadores estarem que se tornou provâvel a eclosâb do conflito<br />

entre os dois conjuntos <strong>de</strong> representaçöes nele coexistentbs em diferentes nfveis <strong>de</strong>.<br />

consciência. '<br />

Quando os sujeitos que venho discutindo ingresaram no casamento, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou-se<br />

1m conflito duplo, <strong>de</strong>corrente da dupla <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, jl asinalada, entre<br />

os<br />

dois conjuntos <strong>de</strong> representaçöes que neles coexistiam. O conjunto <strong>de</strong> representa-<br />

çöes mais concretas recentemente adquirido (incltsive durante a socializaçâb na or<strong>de</strong>m<br />

conjugal) entrou nâb somente em conflito com aqueles aspectos mais concretos do<br />

conjunto <strong>de</strong> representaçœs, internalizado durante o proceso <strong>de</strong> socializaçâo primâria,<br />

aos quais se opunha (como, por exemplo, a mulher profissional wrsus a dona<strong>de</strong>-casa).<br />

Entrou, tambdm, e talvez principnlmente, em conflito com aqueles Mpectos do primei-<br />

ro conjunto <strong>de</strong> representaçôes (como o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ' casamen t o tk eterno')<br />

que se queria<br />

preservar a qualquer custo. Esta tentativa <strong>de</strong> preservaçâo <strong>de</strong> tzm i<strong>de</strong>al primitivo, por sua<br />

vez, sö fez acirrar o problema, na medida em que as soluçôes propostas (tal como o<br />

cisamento eaberto') entravam cada vez mais em conflito com as primeir% representaçöes<br />

do casamento e das relaçöes conjugaih (aquelas internalizadas durante a socializa-<br />

W0 primâria).<br />

Uma vez instaurada uma Etcrise' como esta, o sujeito conta com algumas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> soluçâb: (a) ' retorno aos mol<strong>de</strong>s 'tradicionais' o que apresenta lma<br />

sdrie <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s porque o sujeito nâo se i<strong>de</strong>ntifica com eles totalmente (0u sijày'<br />

nâb os reconhece como seus) e, também, porque estes mol<strong>de</strong>s estâo ausentes na socieda<strong>de</strong>,<br />

pelo menos em sua geraçâo e/ou grupo social; (b) adoçâo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias (tçvanguardistas',<br />

o que tambzm traz dificulda<strong>de</strong>s para o sujeito pois os conteûdos internalizados<br />

na socializaçâo primâria sâb resistentes â eradicaçâo (para uma discmsâo mais<br />

pormenorizada do peso relativo dos conteûdos intern izados em diferentes tipos <strong>de</strong><br />

socializaçâo bem como da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicaçâb dos mesmos, ver Nicolaci-da-<br />

Costa, 1987a)', (c) busca <strong>de</strong> equilfrio e coeréncia atravts da auto-exposiçâb a novos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>' socializaçâo como, por exemplo, as terapias (a este respeito, ver Nicolacida-costa,<br />

1988c). ' ' ' '<br />

JJ que o nosso terpa prihcipal t a fam lia e temos, at/ o momento, nos concentrado<br />

nas relaçöes conjugais, torna-se extremamente importahte salientar que a<br />

crise do c%amento é somente nma 81 as t crises ' cujas ra fzes po<strong>de</strong>m ser encontradas<br />

na <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> sotializat6ria e no <strong>de</strong>smapeamento que resultaram <strong>de</strong> 1lm processo<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizaçâo extremamente aceler>do e abrangente. .<br />

Na realidadç , dada a coexistência, no sujeito, <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> normas e val0res<br />

contraditörios (tradicionais, vanguardistas, etc) uma tkrise' po<strong>de</strong> ser.dçtonada a<br />

cada momento da vida em que o seujeito tenha. que se posicionar <strong>de</strong> acordo com um<br />

ou ou t ro <strong>de</strong>stes conjuntos <strong>de</strong> valores e normas'. A sim sendo ,<br />

<strong>de</strong>ntro do âmbito da

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