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objeto de estudo (como, por exemplo, aquilo que é coletado através de entrevista,
questionoos, sesôes terap:uticas, doclmentos, etc). Sö que, diferentemente da
lingifstica lidamos com este tipo de m aterial sem nos conscientiznrmos de que e1e ë,
antes de mais nada, lingifstico. Assim sendo, acabamos freqûentemente fazendo o que
eu chamazia de lzma andlise impltkita de Jfztwrm , que pouco se distancia da anllise
intuitiva da qual lanWmos mro para lnterpretar os discursos aos quais somos expostos
em nosso cotidiano.
Gostaria, portanto, de propor que m editfssemos 1Im pouco sobre o que fazemos
de modo a que puddssemos empreender llma andlise e llkffl dos discursos com e
sobre os quais trabm amos. Para tanto, devemos hwerter a sugestfo de Possenti (1988)
e faa r das teorias de linguagem nossas teoriu auxiliares.
Para dar concremde à minha sugestâb, vou me concentrar mlm problema que
me vem chamando a atençâb e parece necessitar llma soluç:o urgente: o da transcriçâb
de entrevistas.
A entrevista é um dos instmmentos de coleta de dados mais utilizados em m squisas
qualitativ% na érea de psicologia. No entanto, am sar de sua popularidade, slo
raras as oportunidades em que podemos perceber ltma maior preocupalo por parte
do pesquisador com problemu relativos: (1) âs categorias de anélise a serem utilimdas
na montagem das entrevistas de forma a permitir lxma anélise adeqm da do material
dksctlrsivo por elas gerado; (2) ao tipo de entrevista a ser ue zado (estruturada, semiestruturada,
etc); (3) ao tipo de situaçfo em que devem ser realizad% as entrevistas
(formal, informal, simétrica, assimétrica, etc); (4) a como deve ser resstrada a fala do
entrevistado (por escrito enquanto este fala, de memöria apös a entrevista, em gravaçöes
ou em video, etc). (Para uma discussâb de vérias destas questas bem como Itma
apresentaçâb crftica de vlios tipos de pesquisa qualitativa, ver H dke e Andrë, 1986).
Alëm destas importantes questas (sobre as qluiq nro me deterei por falta. de
espaço - ver, também, Nicolad-dafosta, 1987, 1988), para a soluWo das quais um
maior contato com as pesqubas efetuadas nas ddncias da linguagem poderia contribuir
bastante, lma outra me parece ser alvo de ainda menor atençfo.' A questâo ë: comè
se deve ou se pode (na medida em que nâb somos linlistas) transcrever ltma entrevista
gravada?
Esta ë lma questâo central mesmo para a linl fstica. Brown e Yule (1983),
por exemplo, afirmam categoricamente que qualquer transcril o é sempre lxma interpretaçâb
subjetiva. Mas nâb parece t:o central asim para a psicologia. . .
Embora haja algumu normas gerais para a transcriçâb de lma entrevista
(como, por exemplo, a da preservaçâo o mais fiel possfvel do que foi dito mlo entrevistado),
Wrias decisôes terâo sempre que ser tomadas pelo pesquisador levando em
consideraçâo os objetivos especficos de sua pesquisa.
Questôes como se ê necesirio que as entrevistas sejam trnnqcritas na fntepa,
se ë posfvel ou desejâvel transcrever lma fala preservando e resstrando todas as suas