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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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212<br />

<strong>de</strong> vista d o di scurso, segundo a mesma teoria, ligeimmente modm cada , temos que e1e ê<br />

consi<strong>de</strong>rado lma çtativida<strong>de</strong>'' > ou 'trabalho' no sentido marxista do tenno. A propö-<br />

. '<br />

sito <strong>de</strong>sconceito, O rma Robinson (1988) que ç:. . o <strong>de</strong>senvoldmento da capacida<strong>de</strong><br />

hllmnna ftmdam ental para a prixis, para a ativida<strong>de</strong> transformadora, produtiu e sir ifkativa<br />

é 1tm processo complexo, que po<strong>de</strong> levar, qlundo bloqueado, â estagnalo<br />

mssoal (. . .). Qlnndo encorajado, leva à criativida<strong>de</strong> e à auto-renlizaWo'. (p. 170,<br />

tradulo minhnl. .<br />

No caso <strong>de</strong> Dona M aria, acredito que houve ums internalizaçzo da pritica<br />

social <strong>de</strong> contar histörias, com a qual e1a <strong>de</strong>ve ter tido contato qllqndo criança, talvez<br />

com os pais, que po<strong>de</strong>m ter trazido o costlzme dos tempos da escravidfo. Este proceuo<br />

fez com que e1a pusasse a dispor <strong>de</strong> feramentu cogrlitivas, ou funWes psicolögcas,<br />

cujo ftmcionamento ultrapusa a mëdia <strong>de</strong> exm dativa que se tem com adultos analfabetos.<br />

Por ese motivo, por exemplo, é que e1a consegue compreend4r os silogsmos:<br />

encaixa os contefldos particulares das premissas em lxma m oldura narrativa, abstrata,<br />

jâ internalizada.<br />

' Aliés, ainda olhando <strong>de</strong> zxm prisma södo-histörico, po<strong>de</strong>m os consi<strong>de</strong>rar que<br />

em Dona Mada po<strong>de</strong>m .ser encontrados alguns dos chamados procesos psicolögcos<br />

sum riores: memöria ativa, radocfnio lö#co e imaginalo criativa. Os doks primeiros<br />

jé ficarnm evi<strong>de</strong>ndados mlos dados expostos. O terceiro, imaginaWo criativa, fica<br />

evi<strong>de</strong>nte qtundo se toma conhecimento <strong>de</strong> que muitas das histödas que e1a conta sâb<br />

<strong>de</strong> sua prôpria autoria.<br />

Conclllindo, m inha proposta d, entâb, que a internalizaçâo <strong>de</strong> usos socialmente<br />

eficientes <strong>de</strong> discm sos d que <strong>de</strong>u a Dona M aria as caracterfsticas N ui-generis''<br />

apresentadas aqui.<br />

Epero, com esta comunicaWo, ter subvertido alguns lugareseomuns e estereötipos<br />

constm fdos acerca dos idosos. Term ino subvertendo tambëm um pouco, a<br />

visro <strong>de</strong> Drummond sobre a velhice, que apresentei no infcio, propondo sua substi-<br />

' tuiWo por aquela <strong>de</strong> Garda Mlques no livro 0 Wvlér nos Tempos do Cllem. E, finalmente,<br />

espero que a Arte e as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste caso, em conjunto, sejam liteis<br />

para esclarecer melhor o que ë o envelhenimento no Brasil.*<br />

Referêzicias:<br />

AAados, 1. 1987. eU método <strong>de</strong> Rorschach como inskumento no estudo da terœira ida<strong>de</strong>'.Arçufws<br />

<strong>de</strong> JNfcolom . ## (2): 57-66. . .<br />

Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> , C. 1985. Amar se Apren<strong>de</strong> Amando. RiotEditora Record (6 a . e dj ç ,o) .<br />

Fisher, J.C. 1987. çol<strong>de</strong>r adults and nonrea<strong>de</strong>rs'-fllzclrfoa Gerontolov . 14 : 57-67.<br />

*FAPESP, CNPq.

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