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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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Conlitos entre geraçöes esuo cada vez m ais acirrados, mediados pela agdn- '<br />

cias sociais, e o envelhecer d visto com maus olhos em geral: idosos sâb a fml-ca geralo<br />

que <strong>de</strong>testa a convivdncia com os seus iguais. Socislmente, entâb, o que se verifica é a<br />

aus:ncia do amor pelo Ser, o boicote ao prazer <strong>de</strong> viver, que nas ida<strong>de</strong>s avançadas<br />

resultam na gerontofobia e na geronto-rejeiçfo, na <strong>de</strong>terioraçâo da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos idosos.<br />

Os idosos carregam a sua ida<strong>de</strong> cronolö/ca como verda<strong>de</strong>iros estim u infnmes e<br />

sofrem toda sorte <strong>de</strong> discriminaçâo e isolamento social muito antes <strong>de</strong> seus organism os<br />

entrarem em colapso e morrerem <strong>de</strong> senilida<strong>de</strong>.<br />

Mesmo senfs, m uitos idosos preservam a sua integrida<strong>de</strong> mental, n:o sendo a<br />

ida<strong>de</strong> o fator responsâvel pela <strong>de</strong>terioralo da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, mas sim o contexto social<br />

em que se conströi a velhice. Asskn como o autoritarismo e o <strong>de</strong>samor agri<strong>de</strong>m e inibem<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento da criança, do adolescente e do adulto, na sua viglncia os<br />

'<br />

velhos ten<strong>de</strong>m a se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r atravds <strong>de</strong> estereotipias, <strong>de</strong>fesas manfacas e condutas<br />

tolas, qlziW iresponsâveis. Esta po<strong>de</strong> ser lxma tboa estratégia' <strong>de</strong> sobrevivdncia num<br />

mundo que hostiliza suas minorias.<br />

A essas condiW es x acopla a disculda<strong>de</strong> profunda <strong>de</strong> suportar o envelhecimento<br />

e a perda dos pröprios pais, quiW a sua <strong>de</strong>terioraçïo. A crescente fra/lida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>penddncia (ffsica e/ou emocional), a perda do vigor ffsico e a estagnaçâo mental<br />

(intelectual e emocional), asombram os adultos, especinlmente no seu ingresso na<br />

meia-ida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> W rias tazefas vivenciais lhes sTo requeddu , sem contudo haver um<br />

respaldo social que favoreça o exercfdo <strong>de</strong>sembaraçado <strong>de</strong> tais tarefas, que preservam<br />

e fortalecem a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> madura: valorizaçâo da sabedoria existencial x valorizaç:o<br />

dos dotes ffsieos; socializaçâb x sexlmlizal o das relaçöes hlmanas, flexibilid><strong>de</strong><br />

mental e emocional, superaçïo da preocupaçfo com o corpo em direçfo à espiritualida<strong>de</strong>;<br />

superaçâo da ocupaçro profissional (exercfdo <strong>de</strong> papdis) em direçâo à expressïo<br />

e realizaçfo do ser integral, a elaboraçro da sua contribuiWo mssoal à hnmanida<strong>de</strong><br />

antes <strong>de</strong> se confrontar com a morte.<br />

Fica claro, pois, que na preca<strong>de</strong>da<strong>de</strong> do viver, poucos conseguem realizar o<br />

seu envelhecimento com graça e distinçâo. A adoçfo <strong>de</strong> 1tm plano <strong>de</strong> vida fundamentak<br />

do em valores dticos facilita o envelhecer saudivel e a preservalo da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> (em<br />

qualquer ponto do viver): <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> saber, respeito por toda forma <strong>de</strong> vida, prny-r em<br />

se reladonar (inclusive nïo se negando à dor <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r), inquietu<strong>de</strong> e inconformismo,<br />

repidio total às injustiças e violdncia, contemplaçïo do belo, reverdncia à natureza,<br />

simplicida<strong>de</strong>, paciência, enllm , bom-hllmor e interesse por pessoas, s:o alguns dos<br />

requisitos blicos do bem -viver.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nro se <strong>de</strong>teriora m lo avançar da ida<strong>de</strong>, Jnas sim se tnmcada no<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento e dina ica. A <strong>de</strong>sesperanp e a estaN açâo a corroem . O <strong>de</strong>samor,<br />

por si e pelo outro, a <strong>de</strong>ströi. Apresentam i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>terioradas todos aqueles<br />

que nro mais acreditam , que per<strong>de</strong>ram o entusiasmo pelo viver, que se acomodarnm<br />

achnndo que j; pasou da hora, que se arrogam o direito <strong>de</strong> nada mais fny-r a nTo ser

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