19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VIOLENCIA NO CAMPO: UMA ANALISE DOS CONFLITOS<br />

E D0S ATORES CAM PONESES<br />

U JIZA BETH N.AK NSO FERNANDES<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sro Paulo<br />

A' origem dos conflitos m la terra encontra/e nos mecanismos sdcioeconômicos<br />

d . e expropriaçâb dos camponeses <strong>de</strong> seus m eios <strong>de</strong> produçâo e, por conseguinte,<br />

do's m eios <strong>de</strong> subsist:ncia. 1'M. m lo menos, em todo pafs, trds conflitos por terra por<br />

dia, a15> marcados por pan<strong>de</strong> Woldnda. .<br />

Em funWo da tradiç:o brasileira <strong>de</strong> 1m liberalismo exclu<strong>de</strong>nte e antipopular,<br />

hé toda A a fala que procura <strong>de</strong>sle/timar a capacida<strong>de</strong> polftica dos trabnlbndores .<br />

rurais, seu pam l na Histöria, seu lugar no processo <strong>de</strong> expressïo polftica das contradi-<br />

Wes do capital. Nos acostumamos a m nsar no r-qmponds usando a id/ia <strong>de</strong> Jqca-Tatu<br />

antes <strong>de</strong> ter tomado o Biotônico Fontoura. A parte, ouvimos aqui e ali, 11m discurso<br />

que nos diz que o camm n:s acostnmado a dureza da vida, nâo sente com a mesma<br />

intensida<strong>de</strong> as agruras e tristezas da vida conp nös, claoe mëdia da zona urbana.<br />

Assim , se o sarampo m ata o ftlho <strong>de</strong> um lavrador, isso n:o tem a mesma importo cia<br />

que teria para nös, e <strong>de</strong>pois com tantos ftlhos nm a mais ou a menos n:o vai fazer diferenp.<br />

Para o conjunto da so<strong>de</strong>da<strong>de</strong> camponds é visto como fraco, <strong>de</strong>sarticulado,<br />

insensfwl e fatalista.<br />

No entanto, a realida<strong>de</strong> nos mostra o quanto essa visâb ë fruto <strong>de</strong> nm a i<strong>de</strong>olo-<br />

$a. E claro que as priticas baseadas no faw r, na lealda<strong>de</strong>, e na dominawo pesoal, o<br />

que configuram o histörico clientelismo no campo, ainda subsistem. M as as tentativas<br />

dos aqmponeses se organizarem para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seus interesses e dizeitos nrp é 1lm fato<br />

novo. Apenas na segunda meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste sdculo, tivemos por ex.: a Revolta <strong>de</strong> Porecatu,<br />

1950-51, no norte do Faranâ; a Revolta <strong>de</strong> Trombas e Formoso, 1948 -G , em Goiis;<br />

a Revolta do Sudoeste do Paranf, 1957, nas resöes <strong>de</strong> Pato Branco, Franchco Beltrâb,<br />

Capanem a e Santo Antonio; e as Ligas Camponesas, lgss-64y.particularmente no NE.<br />

lM 11m m odo geral a H störia Oficial procmou <strong>de</strong>scaracterizar todas essas lutas, exclnindo-as<br />

da H störia ou entâo dando-lhes um tratamento <strong>de</strong> coisa <strong>de</strong> fanfticos como<br />

aconteceu com a Guerra <strong>de</strong> Canudos e a do Contestado.<br />

Mas d nesta fase <strong>de</strong> abertura polftica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a conquista dos govem os estaduais<br />

m las oposiçöes à ditadura, em 1982, que vem anmentando a repressïo violenta<br />

contra os trabalhadores rttrais. Am nas entre os anos <strong>de</strong> 1982 à 1986, 644 camponeses<br />

m r<strong>de</strong>ram a vida em conltos, contra 527 que fgram mortos entre os anos <strong>de</strong> 1964 a<br />

1981. No emmpo, as lutas populares, <strong>de</strong> 11m modo esm dal, atingem 'a questâb da<br />

355

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!