19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ANALISE DE DISCURSO E qESQUISA QUALITATIVA<br />

.<br />

A AMARIA Nlcon cl.ov oslw<br />

l<br />

Pontiffda Universida<strong>de</strong> Catölica do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

' .<br />

Embora alguns autor'es (ver, por exemplb, Orlandi, 1987; P:cheux, 1982;<br />

Possenti, ,1988) venhnm encarando a anflise <strong>de</strong> discurso como Axma disdplina ou cnm-<br />

Po<br />

be saber, lma inspeWo da literatura mostra que esta concepWo nâb é a flnica<br />

possfvel. .<br />

A literatura sobre a anilise <strong>de</strong> discurso mostra uma enorme frao entaWo. Ta1<br />

frapnentaçâo <strong>de</strong>ve-se, qm parte, às diferentes freas <strong>de</strong> saber (como, por exemplo, a<br />

linl fstica, a anélise literâria, a sociolosa, a ciência polftica, a educaçâo, a psicologia,<br />

etc) que lidam com diferentes tipos <strong>de</strong> discurso, quer como. objeto <strong>de</strong> pstudo (como,<br />

por exemplo, uma obra literéria), quer como instmmento <strong>de</strong> trabnlho (como, por<br />

exemplo, questiono os ou entrevistas). ,<br />

Uma segunda razro para esta fram entaçâb ë a varieda<strong>de</strong> ée objetivos (que<br />

nâb necesadamente respeitam as fronteiras disciplinares . ' clâsicr) . com os quais lzma<br />

p<br />

anmise <strong>de</strong> mscurso é efetuada: anmise da i<strong>de</strong>ologa, anéise dos procesos mentais en-<br />

volvidos na produçâo e compreensâb <strong>de</strong> 11m discurso, anélise <strong>de</strong> processos psicolögicos<br />

inconscientes, etc.<br />

.<br />

'<br />

'<br />

'<br />

. .<br />

. . '<br />

Mas, talyez a principal causa <strong>de</strong>sta fram entaçfo possa ser encùntraba na pos-<br />

tura adotada pela maior parte dos analistas <strong>de</strong> discurso frente às iondiçöes <strong>de</strong> produçâ'o<br />

e cpmpreensâb <strong>de</strong> nm <strong>de</strong>tenninado discurso.<br />

E aqui cabe uma explicaçâb. Enquanto que nas teorias lingufsticas adotadas<br />

até as éltimas décadas (como, por exemplo, as orisnârias do Fastruturalismo <strong>de</strong><br />

saussure ou do Gerativismo <strong>de</strong> Chomsky) absirafaxse o discmso (ou lmlda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste)<br />

<strong>de</strong> seu contexto <strong>de</strong> produç:o, nas abordagens mais recentes procura-se situi-lo cada<br />

vez mais pormenorizadamente neste contexto (a este respeito ver, por exemplo, Brown<br />

i Yule, 1983', Fowler et al., 1979', MacDonel, 1986., P:cheux, 1982).<br />

Esta postura mais recente enfatiza que um discurso (qualquer tipo <strong>de</strong> fala oral<br />

ou escrita) é sempre produzido por Ilm falante/escritor (pu falantes/escritores) especfficots)<br />

para 1:m ouvinte/leitor (ou ouvintes/leitores) tambdm espec fficots) em contextos<br />

com caracterfsticas particulares. Assim sendo, fecham-se >s , portas a abstraçöes,<br />

. .<br />

-<br />

. .<br />

'<br />

pois falantes? ouvintes e contextos sâo sempre particulares e singulares. , ,<br />

A conseqûJncia imediata <strong>de</strong>sta nova postura é a <strong>de</strong> que os saberes tal como<br />

constitufdos nos dias <strong>de</strong> hoje comepm @ se mostrar insuficientes para lidar com toda<br />

a gama <strong>de</strong> vadâveis envolvidas num a ano se <strong>de</strong> discurso. Segue-se 1Im breve exemplo.<br />

Muitos véem a anélise <strong>de</strong> disçurso como uma das ramificaçöes ' da linl ' fstica<br />

.<br />

' . .<br />

50l<br />

.<br />

'

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!