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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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Sob pressâo das espos% , que resulta <strong>de</strong> negociaçöes constantes, os maridos<br />

assum em alglzmas tarefas, ezrt particulkr, os encargos com os fllhos. Devidp a esse relativo<br />

'afastamento materno, parte ' <strong>de</strong>sas incumbências é dividida entre os geniores.<br />

Certamente essa distribuiçfo nTo d equitativa, havendo ainda Faiaçöes nas fnml'lias<br />

entredstadas. De qualquer modo, cria maior proximida<strong>de</strong> entre o genitor e a prole,<br />

romm ndo com a im agem convendonal <strong>de</strong> pai, consi<strong>de</strong>rado como provedor fmanceiro,<br />

investido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e autorida<strong>de</strong> e' afetivamente distante dos filhos. Abre-se aqui um<br />

espaço <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminaçfo cultural para o pai. Embora avaliada positivamente m los<br />

genitores, sua inclusâb na örbifa do privado, sobretudo na irea afetiva, introduz novas<br />

form as <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> na famlflia. Tal situalo' tem sua contrapartida assimétrica na<br />

integràçfo fem inina na esfera pûblica do mercado <strong>de</strong> trabalho que ë, <strong>de</strong> modo geral,<br />

representada como positiva e cultmolmente <strong>de</strong>limitada. Am sar da ambigûida<strong>de</strong> produzida<br />

pela alteraçâo na manifestaçâo da afetivida<strong>de</strong> paterna? parece estar-se esboçando<br />

nessas famflias outra modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participaçâo masculina na constnzçâo da subjetivida<strong>de</strong><br />

dos filhos, o que po<strong>de</strong>r; ser comprovado com maior nfzmero <strong>de</strong> pesquis%.<br />

O novo caréter da divisâo sexual do trabalho, do po<strong>de</strong>r e das expressœ s afetivas<br />

ë tanto produto das mudanças na fam lia, quanto matdria-prima que nlimenta outras<br />

tantas alteraçöes. O meio <strong>de</strong> superat os impasses e <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar cultlzralmente a<br />

'<br />

posiçâo <strong>de</strong> cada membro da fam lia, ë atravzs do diâlogo, vale di4er, <strong>de</strong> um processo<br />

que <strong>de</strong>manda negociaçâo e concessöes métuas. .<br />

Por outro lado, as fam flias da amostra B organizam a vida doméstica em mol<strong>de</strong>s<br />

usemelhados aos <strong>de</strong> seus pais, embora nâb reeditem integralménte o m o<strong>de</strong>lo da<br />

geralo anterior. Para os homens, a uniâo conjugal configura-se como projeto que vija<br />

a m anter a escalada ascensional da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> odgem , e o casamento ë representado<br />

comö vivência com mlxlheres que <strong>de</strong>vem ser, antes <strong>de</strong> tudo, esposas e mâes e, secundarinmente,<br />

trabnlhadoras. As m lzlheres as' sumem posiçöes rel>tivamente inovadoras<br />

qlmnto à iondiçâo <strong>de</strong> esjosa que <strong>de</strong>ve conjugar as li<strong>de</strong>s doméstica com a ativida<strong>de</strong><br />

profissional, mis t:m uma visâb m uito prôxim a dos padröes convencionais quanto ao<br />

papel <strong>de</strong> m:ek<br />

Com o pasamento, das seis m llheres que trabalhavam , tr:s retiraram-se do<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho; duas retornaram à vida profissional apös o nucimento do segtmdo<br />

lilho. Atllnlmente, das .sete entredstadas, dua: sâb donas <strong>de</strong> cua, quatro exercem<br />

ativida<strong>de</strong>s profisionais em tempo parcial e. apenu uma tem jornada intepal <strong>de</strong><br />

trabnlho. ' . . .<br />

Os rendimentos masm linos sâb mais elevados do que os dos homens do gnzpo<br />

A, e os gnnbos das' esposas correspon<strong>de</strong>m , em média, a 1/4. da renda dos cônjuges,<br />

exceto em um caso, em que a proporçâo é <strong>de</strong> 1/3. Os maridos <strong>de</strong>claram que esses rendimentos<br />

sâo sir ificativos para a composiçfo do orçamento domdstico, mas reduzem<br />

sua importância ao afirm arem que s:o os responsiveis pelmq <strong>de</strong>sm sas gerais e, tambëm,<br />

controladores dos gastos dis esposas. Esa ambil ida<strong>de</strong> expressa no discurso minimiza

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