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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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no d eve<br />

sem'pre se encam ir nufn com o, e1e tem <strong>de</strong>' s: encarnaz tambdm no mundo.<br />

Esta encarnaçzo se efetua duplamente: trata-se para o ser hllmano assumir seu corpo<br />

mortal como tambdm seu corpo sexuado. (em De Vaelhens, A., 1958).<br />

O corpo mortal diz respeito a estrutura temporal do mundo vivenciado pelo<br />

suje ito . O hom em é corpo e terh que reconhecer a sua' finitu<strong>de</strong> . O corpo sexuado diz<br />

respeito a estrutura espacial do mundo vivenciado pelo sujeito. Enquanto ser sexuado,<br />

o homem é marcado na sua carne por uma distância radical. A partir da indiferenciaçâo<br />

primeira dos sexos, se estabelece uma relaçâo <strong>de</strong> oposiçâo e <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong><br />

entre os dois sexos. E pela mediaçâo do corpo mortal sexuado que o sujeito se abre ao<br />

mundo' # é graças a este corpo que e1e existe como sujeito, quer dizer, como presença,<br />

como intencionalida<strong>de</strong>. Corpo e intersubjetivida<strong>de</strong> sâo assim necessariamente ligados'.<br />

o corpo é abertura ao mundo e portanto inclui a presença corporal do outro. A dialdtica<br />

intersubjetiva é constitutiva do sujeito como sujeito, situando-o em relaçâo ao<br />

mundo e ao outro. Enfim , a sexualida'<strong>de</strong> é lIm m odo privilegiado <strong>de</strong> experiência intersubjetiva.<br />

A fenomenologia questiona o corpo do qual temos conscidncia, enquanto a<br />

imagem do corpo d do domfnio da psicanâlise, pois a imagem do corpo permanece no<br />

inconsciente- e por conseqûdncia ë fora do tem'po e do espaço. A imagem do corpo<br />

pertence ao registro imaginârio e nâ'o po<strong>de</strong> ser confundida com o conceito <strong>de</strong> esquem a<br />

corporal, proée<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um registro sensörio-motor e intelectual.<br />

A imagem do corpo ë uma noçâb analftica pös-freudiana, introduzida por<br />

Paul Schil<strong>de</strong>r (1968), o primeiro autor a reconhecer a estrutura libidinal da imagem do<br />

corpo, o que f oi<br />

subsequentemepti <strong>de</strong>senvolvido por vârios autores.<br />

Para Schil<strong>de</strong>r a imagem do corpo estrutura-se a partir das zonas erögenas, 1ugares<br />

<strong>de</strong> excitaçâb e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s sexuais (sensibilida<strong>de</strong>-motricida<strong>de</strong>l'. Os contatos os<br />

mais estreitos que nös estabelecemos com o m undo acontecem pelos oriffcios <strong>de</strong> nosso<br />

corpo, daf a consi<strong>de</strong>râvel im portM cia psicolögica dos olhos, na bôca, das partes genitais<br />

(slzscetfveis <strong>de</strong> excitaçâo) como também da pele e da mâro. Os olhos e a mâo estâo<br />

em re 1 açâ'o<br />

com as ptlsöes p'arciais que se caracterizam pela sua fonte orgânica (boca,<br />

ânus, genitâlia) e por seu objetivo.<br />

Freud aporita na criança sua pulsâb <strong>de</strong> ver-olhar (0 prazer <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir seu<br />

corpo e <strong>de</strong> ver os örgâos dos outros) e lzma pulsâb <strong>de</strong> domfnio (prazer no controle da<br />

musculatura na açâo sobre os objetos e 'os outros). As mâbs e os olhos sâo pontos pri-<br />

Wlegiados no m o<strong>de</strong>lo postural e sâb eroticamente importantes. Segundo Schil<strong>de</strong>r as<br />

partes zo corpo qpe a mâo po<strong>de</strong> atin/r facilmente tém uma estpztura jsicolögica diferente<br />

daquelas que e1a sö po<strong>de</strong> tocar com 'dificulda<strong>de</strong>. As partes visfveis do corpo sâo<br />

diferentes z ' das invisfveis. A dor, a percepçâb da intervençâb dos outros (nfvel fisiolögi-<br />

. '<br />

' ' '<br />

co), o interese que nosso corpo <strong>de</strong>sperta em n6s mesmos e nos outros (nfvel libidinal)<br />

e as irritaçöes <strong>de</strong>vidas ao funcionamqhto orgânico contribuem para' a elaboraçâb da<br />

imagem do corpo. (em Freud, S., 1964).

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