19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

708<br />

O ipo e superego, portanto 1tm nro po<strong>de</strong>ria ser o suœssor do outro. Ou seja, ao mesmo<br />

tempo em que a crianp <strong>de</strong>sejau Ilm dos genitores e tomava o outro como rival, sentiase<br />

simultaneamente envo' lvida e ameaçada por figuras internalizadas (imsgos) <strong>de</strong>ses<br />

Progenitores.<br />

Terceiro, que essas figuras internas, ou fçimagos' ou supertgo primitivo,<br />

nâb se limitavam a brandir ameaças <strong>de</strong> castraçâo. Essas figuras, na fantasia inconsciente,<br />

cortavam , ra' sgavam , esquartejavam, indicando ataques <strong>de</strong> origem oral. Ou esmagavam,<br />

prendimn, envenenavam , afogavam a criança, revelando agressöes <strong>de</strong> origem m1a1<br />

e uretral. Quando digo ltfantasia inconsciente', refiro-me a algo <strong>de</strong> que a criança n:o<br />

tem nenlmm conhecimento consciente. Iso talvez aju<strong>de</strong> a esclarecer a perplexida<strong>de</strong><br />

das pessoas quando Melanie Klein se refere à tfigura combinada', isto ë , geralmente a<br />

Ilma figura <strong>de</strong> m:e com o pénis do pai. A criança nâb tem nenhlxma conscidncia <strong>de</strong> que<br />

a m âe est; continlmmente copulando com o pai, representando nessa figura am nas por<br />

seu pdnis. Essa fantasia inconsciente é <strong>de</strong>duzida a partir do brincar da criança. A criança<br />

po<strong>de</strong> até imasnar conscientemente que a mre tem nm p:nis. Mas isso ainda n:o é a<br />

ttfigura combinada'' kleiniana, porque a criança nIo sabe conscientemente que.aquele<br />

ë o pênis do pai, nem qual a sua funçâo naquela imagem . Por outro lado, o fato <strong>de</strong> que<br />

o suje it onâb<br />

tem consciénda da figtlra da mâ'e com o pénis do pai nâo siN ifica que es-<br />

ta seja inöcua. Até pelo contrârio. Por exemplo, se a pesoa tem forte hostilida<strong>de</strong><br />

inconsciente pela figura combinada, um dos efeitos po<strong>de</strong>ria ser a impoténda sexual, ou<br />

algtlm tipo <strong>de</strong> perversâb sexual. Em .casos severos , haveria dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabeleœ r<br />

uma nftida i<strong>de</strong>ntificaçâo sexual, acarretando conftlsâo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Mas voltando ao<br />

ponto plincipal. Portanto, Klein procurou ser cœ rente com a pröpria teoria da evoluçIo<br />

da libido preconizada por Freud. Isto é, se a libido começa com a fase oral , em seguida<br />

sendo substitufda pela anal, clvlminando na fase genital infantil; e se as puniçöes<br />

superegöica sâo orais e anais, entâo o envolvimento edipiano da criança começa m lo<br />

erotismo e sadismo oral seguindo pelo erotismo e sadismo anal, e sö relativnmente<br />

tar<strong>de</strong> prevalece a esfera genital. Em quarto lugar, o superego primitivo kleiniano é<br />

muito mais cruel que os pais reais. Mesm o qlmndo os pais reais sro gentis e amiveis , o<br />

superego primitivo ë extremamente sidico. Foi a partir daf que Melanie Klein pô<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir o inteljogo <strong>de</strong> projeW es e introjeçöes no relacionamento da criança com o<br />

mundo externo, construindo 1vm mundo intemo que tem algo do objeto extemo,<br />

mas muito dos componentes da fantasia infantil que lhe sâo apegados por projeças<br />

e <strong>de</strong>pois introjetados. ' . . . '<br />

; Mas o confronto entre Freud e Klein a respeito do O ipo e superego nâo termina<br />

af. E1e tem 1lm segundo round. Consi<strong>de</strong>ro que a teoria do complexo <strong>de</strong> O ipo,<br />

<strong>de</strong> Freud, e sua posterior concepçâo do superego , constituem llma das essenciais<br />

contribuiçöes â compreensfo da natureza lm mana. Nâo surprten<strong>de</strong> portanto que nesx<br />

particular Klein concentrasse muito <strong>de</strong> sua atençïo e istudo. Uma das mais geniais<br />

intuiçöes <strong>de</strong> Freud, cujo alcance nem e1e pröprio chegou a reconhecer, é a concepç:o<br />

dos instintos <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> morte. Freud encarava siu conceito <strong>de</strong> instinto <strong>de</strong> morte

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!