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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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EM BUSCA DA PA RCEIRA<br />

SILVIAMARm A RAMOS FRANCA<br />

Pontiffda Universida<strong>de</strong> Catölica <strong>de</strong> Sâo Paulo<br />

Para os homens <strong>de</strong> classe média que jâ têm incomorada a facq atualizada da<br />

dominaçâo travestidà na roupagem da valorizaçâo da igualda<strong>de</strong> feminina, as mlllheres<br />

nâb aparecem como uma smeaça real no que se refere à situaçâo <strong>de</strong> estudo e trabnlho.<br />

Tudo isso com o resultado <strong>de</strong> processos sociais que efetivnmente atuam no sentido <strong>de</strong><br />

impedir a igualda<strong>de</strong>, bem como a manipulaçâo <strong>de</strong>stes exercida pelos alunos no sentido<br />

<strong>de</strong> reprodxlzir a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e a dominaçâo, <strong>de</strong> llma form a sétil m as eficaz. Jé no plano<br />

da igualda<strong>de</strong> sextlnl revela-se mais nitidamente a am èaça que as mulheres renlmente<br />

representnm para esses homens, embora nâb o percebam , na afirm açâo <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Com o a nfvel do estudo e trabnlho hé na representaçfo do aluno llma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

no projeto <strong>de</strong> ascensâb social, sua autopercepçâo como homem nâo d abert.amente<br />

questionada. O mesmo nâb se dé no que se refere .à sexlmlida<strong>de</strong>, jâ que o projeto <strong>de</strong><br />

exercfcio sek % 1 os separa: eles antes do iasamento, elas apös o casnmento. Aqui ela<br />

é uma ameaça à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, pois pöe a nu a sua condiWo <strong>de</strong> homem: e1e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>la. . Nâo sâo percebidas <strong>de</strong> imediato com o ameaça no que se refere ao mercado <strong>de</strong><br />

trabalho, mas sâo efetivamente um perigo em potencial. Quanto â i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> masculina.<br />

a proposiçâo acima se inverte. Colpo a maioria dos alunos pauta a construçâo <strong>de</strong><br />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pela tentativa <strong>de</strong> manutençâo do papel sodal tradicionalmente atribufdo<br />

ao homem, busca reconstruir os làços <strong>de</strong> dominaçâb sobre a m lher projetando-os<br />

(no sentido <strong>de</strong> planejar e remeter) para o futuro, o momento em que estarâb se realizando<br />

plenamente çomo homens <strong>de</strong> sua cl%se social: form ados, produtivos, inseridos<br />

na criaçâo da pr6pria ascensâo social. A ambiguida<strong>de</strong> vivida pela sua condiWo <strong>de</strong> homem<br />

jovem se sobrepöe à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homem adulto, permitindo o espaçp da<br />

visualizaçâo da mllber como igual. Qllnndo se concebe com o homem adulto, a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

precisa ser' efetivada para a construçâo <strong>de</strong> sua prôpria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Quando se<br />

concebe como homem jovem, a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> licar subentendida no plano do estudo<br />

e do trabnlho, porque sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> se conströi com dnfase no plano da sexualida<strong>de</strong>.<br />

'<br />

O discurso da igualda<strong>de</strong> entre homens e mllheres tambëm se faz presente no<br />

campo das representaçöes acerca da sexualida<strong>de</strong>. Dentre os alunos, 89,1% dizem<br />

aprovar a relaçfo sexual antes do casmnento tanto para os homens quanto para as m ulheres.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>les, a relaçâo sexual tem por objetivo a satisfaçâo do prazer<br />

(84,4%9; para 55,2% o prazer est; asociado â necesida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximaçâb do casal no<br />

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