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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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hostilida<strong>de</strong>, na auëncia do Rmor, o outro é o juiz implacfvel das nossas Rlhas, o que<br />

tem por efeito embotar o brilho do nosso ser e facilitar o fracasso.<br />

Vnmos agora consi<strong>de</strong>rar algumas das principais condiçœ s <strong>de</strong> envelhecimento<br />

do posso <strong>de</strong> nossa populaçâb, condiçöes essas que mesclam velhice, pobreza e doença,<br />

resultando num envelhecimento <strong>de</strong>teriorado e precipitado, que todos tememos e rejeilnmos.<br />

E com motivos!<br />

A i<strong>de</strong>nida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>teriora na ausdncia <strong>de</strong> condiçöes promissoras, ou melhor,<br />

sob condiçöes hostfs e <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssmor. Des<strong>de</strong> cedo somos levados a relacionar diretnmente<br />

çvalor pesoal' com Gcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> j' roduWo'. A nosa educaçEo d instrnmental,<br />

orientada para o universo do trabnlho economicamente produtivo, confundindo-se<br />

af trabnlho com serviço, disciplina com obedidncia, ter com ser. Somos levados a d4sconlhr<br />

do outro e a temerm os a intimida<strong>de</strong> e, exatamente por isso, somos presu<br />

fâceis da confusâb <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, da massificaçâo, da ausdncia <strong>de</strong> condiçöes on<strong>de</strong> a<br />

vonta<strong>de</strong> individual emerja e seja satisfeita <strong>de</strong> acordo com o social. Ilaf que as vonta<strong>de</strong>s<br />

tendam a se impor pela violdncia, mlo egocentrismo, ao inyds <strong>de</strong> mla conversaWo e<br />

individualida<strong>de</strong> respeitosa e comprometida com o bem-estar social.<br />

Vejsmoj qlm's sejnm essas condiçöes hostfs: infância carente e negligenciada;<br />

falta <strong>de</strong> recursos mddicos e planos <strong>de</strong> saé<strong>de</strong>, processos educativos œntralizados tâo<br />

somente nos primeiros anos <strong>de</strong> vida; au/ncia da ludicida<strong>de</strong> no cotidiano, cujo trabalho<br />

(quase labor) exaure as forças fsicas e mentais do trabalhador; plano geral <strong>de</strong> vida<br />

centralizado em torno dos valores do trabslho (na ausdncia <strong>de</strong>ste, por aposentadoria,<br />

ao vazio ocupadonal se acresce o vazio existencial); repressâb sexual; exercfcio <strong>de</strong><br />

opressâb sobre as minorias (m lheres, negros, <strong>de</strong>licientes, idosos, homossexlâis, etc)<br />

atravës da subversro <strong>de</strong> ralores, governos corruptos e autoritfrios; agress:o â Natureza;<br />

corrida ammmentista; insensibilida<strong>de</strong> à fome mundial. . . X toda essa problemética se<br />

opôem as forças criativas e construtivas da socieda<strong>de</strong>, o que resulta, tnmbém em um<br />

aciëscimo <strong>de</strong> anos à exm ctativa mëdia <strong>de</strong> vida, ainda que nTo se consiga piopiciar<br />

melhoriu na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida geral.<br />

M sim , envelhecer tem significado acesso a Ixm lpcus social sem valor nem fun-<br />

Wo. Como sinais balizadores temos a menopausa e a aposentadoria, tempo em que se<br />

verifica uma sëria e grave ruptura no existir, uma obnubilaçïo no horizonte temporal<br />

da existênda humana, com a perda do sentido <strong>de</strong> vida (planos orientativos eivados <strong>de</strong><br />

. <strong>de</strong>sejos e esperaàças), com a <strong>de</strong>sorientaçâo e <strong>de</strong>sapegaçZo da linha que integra o passado,<br />

o presente e o porvir, linha essa dada por um senso profundo <strong>de</strong> valor pessoal e<br />

social, utilida<strong>de</strong> e aciitàWo. Reduzdos, a mtlher à qlnlida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fdmea reprodutora, o<br />

homem à categori' a <strong>de</strong> pro' vedor , chegados a meia-ida<strong>de</strong>, com as ftmçöes maternais e<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> Jâ testadas, esgotadas e dispensadas, enfrentam mais lma crise <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: 'çse j; nro sou mais bem acolhido naquilo que melhor sei faar, se J; n:o<br />

tenho mais o valor familiar e social <strong>de</strong> que <strong>de</strong>sfrutei até agora, se jâ n:o dou mais para<br />

o que sempie àei, entfo quem serei eu?'

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