19.02.2013 Views

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

709<br />

como tlma hipötese algo f'losöfica e por iso o utilizava mais como uma abstraWo, nas<br />

discussses metapsicolögicas. Melanie Klein tomou o instinto <strong>de</strong> morte como dado real,<br />

que lhe parecia muito conveniente para compreensâo dos fenômenos psicöticos. Assim ,<br />

pô<strong>de</strong> utilizâ-lo clinicamente, primeiro para explicar a origem da anglistia, e posteriormente<br />

para ampliar a teoria da inveja. Para fazer pleno uso da teoria dos instintos Klein<br />

precisou <strong>de</strong>senvolver uma teoria da fantasia. Nesta, a fantuia seria a rem rcussâo psfquica<br />

dos instintosk Com isso, contestava a llipôtese <strong>de</strong> Freud <strong>de</strong> que os impulsos po<strong>de</strong>m<br />

existir isolados na mente. Na concepçâo Zeiniana, a cada impulso correspon<strong>de</strong><br />

automiticamente llma fantasia inconsciente. Do mesmo modo que a cada experi:ncia<br />

com o exterior tambdm correspon<strong>de</strong> uma fantasia inconsciente. Assim, à exm riénda<br />

com o peito gratificador corespon<strong>de</strong> a intemalizaç:o <strong>de</strong> !lm objeto tsbom ' que vai<br />

constituir o nécleo do ego e do superego. M as, pela pressâb do instinto <strong>de</strong> morte coincidindo<br />

com a experiência <strong>de</strong> lm peito frustrador, constitui-se a fantasia <strong>de</strong> 1m objeto<br />

ç'm au<br />

, que, introjetado, d; origem a 1lm objeto interno sfdico, tsmbém superegdico.<br />

Portanto, pelas contribuiçöes kleinian% posteriores, o superego existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nasdmento,<br />

a partir da experi:ncia com o primeiro objeto. Se o superego, por condiç& s<br />

intemas (instintivas) e extemas (ambientais), ficar sobrecarfegado <strong>de</strong> daracterfsticas<br />

<strong>de</strong>strutivas. as ' relaçöes com os qbjetos extemès, por projeçâo, vâb também criar '<br />

expectativas atemorizantes. E fâcil <strong>de</strong> ver quey. no cèmplexo <strong>de</strong> Edipo, se o pai, por<br />

exemplo, tornar-se o equiyalente do superego sâdico, o menino encontrarâ extrema<br />

dificulda<strong>de</strong> para enfrentâ-lo. Na melhor das hipöteses, nesse casog e1e nunca <strong>de</strong>senvolver;<br />

relaçöes nmistos% com seu pai real ou substitutos. Na pior das llipôteses, ficar;<br />

extremamente inibido, sem po<strong>de</strong>r se tornar emocionnlmente adulto. Em r-qqos mais<br />

paves, apresentar; estrutura <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> psicöt .ica. Assim , na proposta kleiniana,<br />

serl a qualida<strong>de</strong> do superego, ativo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, que dar; a tonalida<strong>de</strong> do<br />

complexo <strong>de</strong> Edipo, cujo <strong>de</strong>senlace <strong>de</strong>terminar; se a adaptaçâo postedor do sujeito<br />

serb eficaz ou nâb eficaz. Entâo ao contrsrio do que propunha Freud, Klein admite<br />

que o complexo <strong>de</strong> Edipo é que é o her<strong>de</strong>iro do superego. . '<br />

Para n:o m e 'alongar <strong>de</strong>muiado vou me concentrar doravante nas contribuiçöes<br />

<strong>de</strong> Melanie Klein relativas às posiçe s <strong>de</strong>pxssivas e esquizo-pnmnöi<strong>de</strong>. Suponho<br />

que o conceito <strong>de</strong> posiçâo <strong>de</strong>pressiva, bem como o <strong>de</strong> posiçâo paranôi<strong>de</strong>, s:o <strong>de</strong>correntes<br />

da propensâo <strong>de</strong> Melnnie Klein <strong>de</strong> ir atribuindo cada vez m aior atençâo â noçâo<br />

<strong>de</strong> mundo interno, <strong>de</strong> objetos internalizados, e as vicisitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suas ielaWes com o<br />

mtmdo externo atravds' dos procesos <strong>de</strong> introjeçâo e projeçâo. Freud foi o primeiro<br />

a notar a i mpor tância patogdnica do objeto ' introjetado ao estudar a melancolil.<br />

Abrahnm corroborou os dados freudianos e enfatizou a relaçâo oral-sédica com o<br />

objeto introjetado do melancölico. O gran<strong>de</strong> mdrito <strong>de</strong> Klein foi conjecturar e constatar<br />

que estes fenômenos nâb oconiam somente hos quadros patolöscos, mns faziam<br />

parte <strong>de</strong> uma fase evolutiva normal do ser humano. Como na melancolia a' dnfase na<br />

relaçâo <strong>de</strong> objetos estava centrada na oralida<strong>de</strong>, e como o estfgio em que predomina

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!