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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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ainda estâo presentes no mundo da criança. Consi<strong>de</strong>rando a transferênda lzma reediçïo<br />

da relaçâo com os pais, nïo caberia o que re-editar <strong>de</strong> vez que as ligaçöes afetivas<br />

ninda estariam se estabvlecendo com os objetos originais. &ta d lxma pave obje-<br />

Wo teörica e técnica, à qual Melanie Klein sö podia respon<strong>de</strong>r com a exm ridnda clfnica.<br />

Mediante a experiência - e a interpretaçâo da mesma - Klein pô<strong>de</strong> concluir que<br />

os pais do inconsciente da criança nfo sâo os pais reais, mas Gimagos'' isto é, figuras<br />

fantisticas <strong>de</strong> um m tmdo intem o, que guardsm alguma semelhança com os pais reais,<br />

mas estfo distorcidu m las projeçöes <strong>de</strong> afetos <strong>de</strong> amor e ödio. E sas imagos provocarinm<br />

exm ctativas e atitu<strong>de</strong>s atemorizantes ou reverentes no reladonamento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

do comportamento do analista, compondo as mesm % reaçöes transferenciais da<br />

ano se do adulto. Portanto, entre a psicanélise do adulto e da criarwa, a diferença seda<br />

apenas <strong>de</strong> método e nâb <strong>de</strong> esàdncia.<br />

. .<br />

E foi trabalhando consistentemente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses princfpios que Kleim for-<br />

mulou suas contribuiçöes teöricas <strong>de</strong> mais amplo alcance, revolucionando os alicerces<br />

da Psicanâlise assentados por S. Freud. A revoluçâo kleiniana nâb teve o intuito <strong>de</strong><br />

rejeitar certas contribuiçöes fundamentais <strong>de</strong> Freud, mas <strong>de</strong> nmpli-las e permitir a<br />

iluminaçâo <strong>de</strong> alguns aspectos ainda obscuros, morm ente relativos aos primördios do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento humano. . '<br />

Por exemplo, as intrincadas relaçöes entre o superego e o complexo <strong>de</strong> Edipo<br />

sâb antagônicas nas concepçöes freudiana e kleiniana. Klein assegura que o.superego<br />

antece<strong>de</strong> o complexo <strong>de</strong> fdipo e' <strong>de</strong>termina suas caracterfsticu . O que quer dizer isso?<br />

O complexo <strong>de</strong> Edipo, como todos sabem, corespon<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>sejo da criança <strong>de</strong> se<br />

apossar do genitor do sexo oposto ao seu, para com e1e ter lxma vida erötica, produzir<br />

beb:s, etc, precisando para isso ciumentnmente eliminar o genitor do mesmo sexo, visto<br />

como rival. Segundo Freud, essà situaçâo complexa se <strong>de</strong>senvolve geralmente dos<br />

três aos cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> da criança, quando entâb, premido pelo iemor <strong>de</strong> castra-<br />

Wo - no c%o do menino - ou da perda do amor - no c%o da merkina - a criança renuncia<br />

a seu complexo <strong>de</strong> G ipo. Esas nmeaças e proibiçöes dos pais sâo internalizadas,<br />

e a figura resultante, que ser; a fiadora da moral e dos valores culturais, chama-se<br />

superego. Depois <strong>de</strong>sa transfonnaçâo intema, que leva â represâb dos <strong>de</strong>sejos incestuosos<br />

e homicidas, segue-se tlm perfodo em que a criança d mais dôcil e obediente e<br />

que se chnma fase <strong>de</strong> latdncia. Melpnie Klein nâo discorda <strong>de</strong>ssa concepçâo, que aliâs.<br />

d baseada na observaçïo dos fatos, m as consi<strong>de</strong>ra que correspon<strong>de</strong> a 1zm perfodo reladvamente<br />

tardio da evoluWo do superego. Seria equivalente a supor, por exemplo,<br />

como se faza antes <strong>de</strong> Freud, que a vida sexual do ser humano começa na puberda<strong>de</strong>.<br />

Klein, baseada em fatos possfveis <strong>de</strong> observar com o emprego da técnica lûdica, inferiu<br />

que o complexo <strong>de</strong> Edipo inicia-se aos seis meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> do bebl, aproximadamente.<br />

Como era possfvel ta1 coisa? Primeiro, observando sua presença em crianças com menos<br />

<strong>de</strong> trds anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>; ou que, tendo 1lm pouco mais anos, nâo tinhnm atingido a<br />

chsmada fase da lat:ncia. b gundoyporque haviauma coexistdncia entre complexo <strong>de</strong>

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