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j *@ - Sociedade Brasileira de Psicologia

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76<br />

Realizada no perfodo <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1985 a fekereiro <strong>de</strong> 1986, a pesquùa consistiu<br />

em entrevistas em profundida<strong>de</strong> com <strong>de</strong>z casais da amostra A e com sete do grupo<br />

B, cujo objetivo era recuperaz alguns aspectos da histöria <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ses casais e as<br />

relaçöes vividas com seus pais. O material qualitatiyo foi complementado e mnpliado<br />

com a aplicaçâo <strong>de</strong> 154 questionârios â e ostra A e 108 à B.<br />

A escolha <strong>de</strong> ltnida<strong>de</strong>s domésticas formadas por casais relativa ente jovens,<br />

com f'lhos em ida<strong>de</strong> escolar e com renda assemelhada, permitiu analisar como os componentes<br />

<strong>de</strong>sses nûcleos dos dois estratos Wvenciaram o recente processd <strong>de</strong> m o<strong>de</strong>rnizaçâo<br />

da socieda<strong>de</strong> brasileira e o m * o pelo qual organizam as relaça s na fnm lia.<br />

Ocoldda fundamentnlmente ao abrigo do resme autoritârio implantado no<br />

pafs em 1964, a mo<strong>de</strong>rnizaçâo societfria, em suas linhas gerais, foi pautada por nm<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvim ento econômico que promoveu a concentraçfo e a centralizaçâo<br />

do capital, aprofundando a <strong>de</strong>sipzalda<strong>de</strong> na distribuiçâb da renda. Nesse processo,<br />

que redundou na erosâo do po<strong>de</strong>r aquisitivo da maioria da populaçâo, inflmeras famlias<br />

viram-se oàrigadas a aumentar o nu-mero <strong>de</strong> seus integrantes no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho, incluindo-se filhas e esposas, a fim <strong>de</strong> manterem o nfvel <strong>de</strong> consumo domëstico.<br />

Contudo, a reduçâo da renda fnmiliar nâo atingu a populaçâb do mesmo modo,<br />

beneficiando os sem en i os<strong>de</strong><br />

rendimento mais elevado. '<br />

As tr'ansform açöes daf <strong>de</strong>correhtes produziram novas formas <strong>de</strong> sodabilida<strong>de</strong> .<br />

em diferentes dom fnios da vida social e suscitaram o questionamento <strong>de</strong> valores e <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> conduu referidos às relaçôes interpessoais, em especial, daqueles vinculados<br />

à dimensfo afetiva e sexual e à constituiçâo da fam lia. A mo<strong>de</strong>rnizaçâo so<strong>de</strong>téria<br />

criou condiçöes para a emerg:ncia da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> cultural, que se configurou como<br />

recœ a à tradiçâb e a form as convencionais <strong>de</strong> orgnnizaçâo da sociabilida<strong>de</strong>. Desse<br />

modo, a m o<strong>de</strong>rrlida<strong>de</strong> cultural instalou-se no seio d: m o<strong>de</strong>rnizaçâo societo a, constitllindo-se<br />

nâb apenaq como m ero reflexo <strong>de</strong>sta, m as como prpcesso <strong>de</strong> elaboraçâo <strong>de</strong><br />

modqlos alternativos <strong>de</strong> conduta que, em seu movhnento, repunha a ieterogeneida<strong>de</strong><br />

cultural e as frènteiràs simbölic% entre os divirsos see entos da so<strong>de</strong>da<strong>de</strong>.<br />

No fm al da dëcada <strong>de</strong> 60, os movimentos <strong>de</strong> contracultura e as vârias correntes<br />

do feminismo conjugaramke clhl a difusâb vulgaizada <strong>de</strong> conceitos extrafdos<br />

da psicologa e da psicaùzise, fornecendo elementos para subsidiar o questionamento<br />

. das formas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r existentes na so<strong>de</strong>da<strong>de</strong> e na fmmlia. Os meios <strong>de</strong> comurlicaçïo <strong>de</strong><br />

m%sa diolg:rain boa parte <strong>de</strong>ses valores que forsm apropriadùs e reelaborados por<br />

'lma pazcela jovem dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos, legtimando padrôes e representaçöes<br />

altemat j vos '<strong>de</strong><br />

conduta que or<strong>de</strong>ilavnm novas formas <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>. ' .<br />

' No entanto, a m o<strong>de</strong>rnizaçfo, em sua dupla face, foi vivida e apreendida diferencinlmente<br />

pelas fam lias, em funçfo <strong>de</strong> suaj éondiçöes sociais e <strong>de</strong> seu estoque simbölico.<br />

Em consequdncia disso', fmm'lias <strong>de</strong> diferentes sen entos sociais elaboraram<br />

representaçV s especficas acerca do pioceso <strong>de</strong> reproduç:o da pröpria socieda<strong>de</strong> .<br />

No plano conceitual, a famflia constitui-se como lmida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reproduWo social

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