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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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número cada vez menor de unidades de produção e pelo conseqüente desaparecimento de<br />

outras. Por outro, pela transferência de grande parte das atividades de produção e<br />

transformação de alimentos, fibras e matérias primas energéticas a indústrias que se<br />

situam antes ou depois <strong>do</strong> setor agropecuário, ou a montante e a jusante, para usar a<br />

analogia hidrológica que já virou jargão entre os economistas”. O aumento exponencial<br />

da produtividade <strong>do</strong> trabalho e da produção <strong>do</strong>s gêneros alimentícios fez com que as<br />

populações <strong>do</strong>s países desenvolvi<strong>do</strong>s passassem a consumir exageradamente estes<br />

produtos,.fato que foi possibilita<strong>do</strong> “graças a uma rede de subsistemas especializa<strong>do</strong>s qu<br />

exploram materiais biológicos seleciona<strong>do</strong>s conforme determinadas exigências, E uma<br />

ínfima parte da população ainda se dedica a lides agropecuárias. 104<br />

Entretanto, esta nova agricultura ocasionou vários problemas ambientais,<br />

tais como: a erosão, o desmatamento, a alteração <strong>do</strong> ciclo hidrológico Todas essas<br />

externalidades são fruto de uma modernização desenfreada que apenas visionava<br />

economizar trabalho humano, com a utilização de variedades com alta produtividade,<br />

maquinário, herbicidas e fungicidas, que acabaram por dar origem a desastres ambientais<br />

e sociais, principalmente nos países desenvolvi<strong>do</strong>s, os primeiros a mudarem seus<br />

parâmetros de produção. Todas estes problemas ambientais foram causa<strong>do</strong>s pela<br />

influência da indústria petroquímica sobre a agricultura. Tal indústria levou os<br />

agricultores a acreditarem que o solo necessita de infusões maciças de agentes químicos,<br />

supervisionadas por agrônomos e técnicos agrícolas, para se manter produtivo.<br />

O físico Fritjof Capra mostra como essa mudança no paradigma da<br />

produção agrícola ocorreu, ao afirmar que a prática tradicional, baseada numa agricultura<br />

familiar e ecológica, sofreu uma mudança drástica em mea<strong>do</strong>s da década de 60, “quan<strong>do</strong><br />

os agricultores passaram <strong>do</strong>s produtos orgânicos para os sintéticos., que abriram vastos<br />

merca<strong>do</strong>s para as companhias petroquímicas”. Do mesmo mo<strong>do</strong> que as companhias<br />

farmacêuticas “manipulavam os médicos para receitar cada vez mais medicamentos, as<br />

companhias petroquímicas manipulavam os agricultores para que usassem cada vez mais<br />

produtos químicos”.<br />

104 VEIGA, José Eli da. A agricultura no mun<strong>do</strong> moderno: diagnóstico e perspectivas. In: TRIGUEIRO,<br />

André (Coord.) Meio ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas<br />

de conhecimento. Rio de Janeiro, Sextante, 2003, p. 199-200.<br />

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