16.04.2013 Views

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cultivar ou criar aquilo que é mais indica<strong>do</strong> para determina<strong>do</strong> tipo de terra ou aquilo de<br />

que as pessoas necessitam; eles têm que plantar ou criar o que o merca<strong>do</strong> dita”. 238<br />

Esta impotência <strong>do</strong>s agricultores tradicionais diante das políticas<br />

merca<strong>do</strong>lógicas que são ditadas pelas transnacionais que <strong>do</strong>minam o agronegócio<br />

mundial pode ser corroborada pelos ensinamentos da pesquisa<strong>do</strong>ra mexicana Silvia<br />

Ribeiro, que, ao comentar o processo de aglutinação <strong>do</strong> capital e concentração<br />

econômica, demonstra quais são os reais intuitos destas empresas. Segun<strong>do</strong> a autora, “Em<br />

2000, cinco transnacionais controlavam mais de 75% <strong>do</strong> comércio mundial de grãos.<br />

Hoje, três empresas <strong>do</strong>minam o merca<strong>do</strong>: Cargill, Bunge e Dreyfus. Soman<strong>do</strong> apenas<br />

mais algumas, poucas transnacionais controlam mais de 90% <strong>do</strong> comércio global de<br />

milho, trigo, café e cacau; cerca de 80% <strong>do</strong> comércio de chá; 70% <strong>do</strong> comércio de arroz e<br />

banana e mais de 60% <strong>do</strong> comércio de açúcar e cana”.<br />

Entretanto, a ação das transnacionais não se resume apenas ao setor <strong>do</strong><br />

comércio de alimentos. Ten<strong>do</strong> em vista que os complexos pacotes tecnológicos oferta<strong>do</strong>s<br />

por estas empresas englobam toda a cadeia produtiva <strong>do</strong> agronegócio mundial, sua rede<br />

de relacionamentos e interconexões se espalhou por diversas etapas, que vão desde o<br />

financiamento até a produção, industrialização e comercialização <strong>do</strong>s produtos. Para<br />

justificar essa assertiva, a autora afirma que “No ano passa<strong>do</strong>, as dez maiores empresas<br />

de agroquímicos controlavam 90% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial; 58,4% no caso <strong>do</strong>s produtos<br />

farmacêuticos, 34% <strong>do</strong>s alimentos e bebidas; 30% das sementes”. Desta forma, percebe-<br />

se nitidamente a integração das empresas e a formação de um verdadeiro conglomera<strong>do</strong><br />

internacional. Assim, “A integração, seja vertical (dentro <strong>do</strong> mesmo segmento) ou<br />

horizontal (com outros segmentos), é alarmante nos setores agroalimentar e farmacêutico.<br />

Há 20 anos, existiam milhares de empresas produtoras de sementes e nenhuma atingia<br />

1% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Hoje, dez empresas controlam 30% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial. Na mesma<br />

época, existiam 65 empresas de insumos agrícolas. Hoje, uma dezena de empresas<br />

controla 90% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Há 15 anos, as dez maiores indústrias farmacêuticas<br />

controlavam 29% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>; hoje, controlam 58,4%”. 239<br />

238 CAPRA, Fritjof. Obra citada, p 247.<br />

239 VIA CAMPESINA BRASIL. Obra citada, p. 18.<br />

PDF created with FinePrint pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!