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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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tecnológicos, a técnica nos apresenta novos objetivos científicos. José Eduar<strong>do</strong> de<br />

Siqueira aprofunda a temática, afirman<strong>do</strong> que é tênue o limite de identificação da ação da<br />

ciência e da tecnologia. Neste senti<strong>do</strong>,.”ciência e tecnologia, alma e corpo <strong>do</strong> novo<br />

imperativo que comanda os passos das investigações básicas, bem como da biologia, da<br />

física, da neurologia, da genética, enfim, daquilo que consideramos os tão necessários<br />

avanços <strong>do</strong> conhecimento. Básica ou aplicada, a investigação é sempre tecnocientífica e a<br />

simples observação <strong>do</strong> que sucede em um laboratório de pesquisa não distingue se são<br />

procedimentos aplica<strong>do</strong>s ou não. Sempre e em to<strong>do</strong> lugar, o aparato tecnológico está<br />

presente e tem peso decisivo”. 269<br />

Diante deste cenário, na opinião de Edgar Morin, cita<strong>do</strong> por José<br />

Eduar<strong>do</strong> Siqueira, os cientistas não mais possuem o poder de decidir o futuro e a forma<br />

de utilização de suas pesquisas, pois as decisões concentram-se nas mãos de dirigentes de<br />

empresas e autoridades <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. 270 Desta forma, percebemos uma estreita relação entre<br />

a pesquisa e o poder. A partir <strong>do</strong> momento que as empresas transnacionais e os<br />

organismos multilaterais financiam as pesquisas e detêm as patentes oriundas deste<br />

conhecimento, as decisões são tomadas pelos detentores <strong>do</strong> poder, fugin<strong>do</strong> cada vez mais<br />

<strong>do</strong>s desígnios de melhoria da qualidade de vida humana e <strong>do</strong> interesse público. Ë o que<br />

José Eduar<strong>do</strong> de Siqueira denomina de “desapossamento cognitivo”. O conhecimento<br />

científico se separou da subjetividade humana. O autor ilustra a problemática, ao<br />

asseverar que “a pesquisa, por sua vez, é gerenciada por instituições tecnoburocráticas. A<br />

tecnociência vai produzin<strong>do</strong> conhecimentos que, sem sofrer qualquer reflexão crítica,<br />

transformam-se em regras impostas à sociedade que obediente a essa máquina cega de<br />

saber, projeta-se trôpega por um longo e escuro túnel”. 271<br />

Para que o sujeito dessa ação interiorize o princípio da responsabilidade<br />

é necessário que tenha consciência de sua situação e inserção no contexto tecnocientífico<br />

contemporâneo. A ruptura entre a produção <strong>do</strong> conhecimento científico e a reflexão ética<br />

deve ser resgatada mediante novos aportes de subjetividade. Estes são os pressupostos<br />

utiliza<strong>do</strong>s por Hans Jonas para propor uma nova dimensão para a responsabilidade, que<br />

269 SIQUEIRA, José Eduar<strong>do</strong> de. Obra citada, p. 27.<br />

270 SIQUEIRA, José Eduar<strong>do</strong> de. Idem, p. 24.<br />

271 SIQUEIRA, José Eduar<strong>do</strong> de. Idem, p..25.<br />

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