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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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limitar os merca<strong>do</strong>s produtores e consumi<strong>do</strong>res internos, o que inviabiliza a a<strong>do</strong>ção de<br />

protocolos ou acor<strong>do</strong>s internacionais que objetivem a preservação ambiental global.<br />

Conclui-se, portanto, que apenas as políticas que interessam às grandes<br />

economias são permanentes, as demais, são utilizadas para proibir a entrada <strong>do</strong>s produtos<br />

<strong>do</strong>s países em desenvolvimento, constituin<strong>do</strong>-se em protecionismo (alfandegário,<br />

fitossanitário, barreiras técnicas), e não necessariamente, em proteção ambiental, o que<br />

revela a faceta deste modelo de desenvolvimento econômico ampara<strong>do</strong> na economia de<br />

merca<strong>do</strong> e na globalização geopolítica, o capitalismo global e informacional, que não<br />

respeita fronteiras e cujo único objetivo é a desregulamentação das práticas que possam<br />

representar entraves ao livre fluxo de produtos, serviços e capitais.<br />

Na última das reuniões internacionais cujo tema foi o meio ambiente, a<br />

“Rio+10”, realizada em Johanesburgo, África <strong>do</strong> Sul, em 2002, o objetivo era discutir os<br />

avanços e retrocessos na implementação <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s internacionais firma<strong>do</strong>s dez anos<br />

antes, no Rio de Janeiro. O grande impasse detecta<strong>do</strong> reside na criação de mecanismos<br />

para a implementação das medidas propostas em 1992, que, em virtude da fragilidade <strong>do</strong>s<br />

mecanismos diplomáticos, além é claro, <strong>do</strong> conjunto de interesses econômicos e<br />

políticos, não foram concretiza<strong>do</strong>s.<br />

Nesta Conferência, portanto, os resulta<strong>do</strong>s foram parcos, e vários temas<br />

importantes deixa<strong>do</strong>s sem solução, como medidas para reduzir a extinção de espécies<br />

animais e vegetais, a conservação <strong>do</strong> ecossistema e a manutenção da biodiversidade. A<br />

única deliberação plausível foi a de que a luta contra a miséria deve continuar, pois o<br />

desenvolvimento sustentável, sem a justiça social, não atinge os seus desígnios. Formas<br />

de compartilhamento de tecnologia e financiamento de projetos nos países<br />

subdesenvolvi<strong>do</strong>s e em desenvolvimento também não foram discutidas, o que revela a<br />

concepção excludente <strong>do</strong>s líderes mundiais das nações mais industrializadas e<br />

desenvolvidas. Novamente, elegeu-se a miséria como a principal causa<strong>do</strong>ra da<br />

degradação ambiental, sem discutir-se o consumismo exacerba<strong>do</strong> e uma mudança de<br />

comportamento <strong>do</strong>s indivíduos.<br />

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