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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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“paixão pelo poder” se reflete no fato da ciência agora ser concebida como uma maneira<br />

de mudar o mun<strong>do</strong> e não mais de conhecer o mun<strong>do</strong>.<br />

Sobre estes parâmetros de análise <strong>do</strong> pragmatismo, Bertrand Russel<br />

salienta que:”se o amor pelo poder pre<strong>do</strong>mina, chegamos à concepção de Marx, segun<strong>do</strong><br />

a qual o que importa não é compreender o mun<strong>do</strong>, mas modificá-lo. As teorias<br />

tradicionais <strong>do</strong> conhecimento foram inventadas por homens que amavam a contemplação<br />

– um gosto monacal, de acor<strong>do</strong> com os modernos devotos <strong>do</strong> mecanicismo. O<br />

mecanicismo eleva o poder humano a um grau muito eleva<strong>do</strong>. É portanto este aspecto da<br />

ciência que atrai os amantes <strong>do</strong> poder. E, se o poder é tu<strong>do</strong> quanto desejamos, a teoria<br />

pragmatista dá-nos precisamente aquilo que queremos, sem acréscimos que a nós<br />

parecem irrelevantes”. 8<br />

Ainda acerca <strong>do</strong> pragmatismo, mas a respeito de sua forma de<br />

verificação da utilidade de determinada teoria científica, da “verdade” contida naquele<br />

novo intrumento, faz com que o ser humano despreze os fatos e as conseqüências<br />

ocorridas em seu entorno, uma verdadeira reação ao empirismo, mas que, ao desprezar os<br />

fatos, apenas analisa o que se refere ao próprio ser humano, sen<strong>do</strong> que.os efeitos<br />

ocasiona<strong>do</strong>s ao meio são deixa<strong>do</strong>s em segun<strong>do</strong> plano, renega<strong>do</strong>s e não observa<strong>do</strong>s, como<br />

se não tivessem relação com a vida <strong>do</strong> próprio ser humano, fato que foi extremamente<br />

exacerba<strong>do</strong> com o desenvolvimento tecnológico e representa a fundamentação <strong>do</strong>s atuais<br />

pressupostos de aceitação da transgenia na sociedade contemporânea.<br />

Sobre os critérios de verificação da “verdade” científica utiliza<strong>do</strong>s pelo<br />

pragmatismo, Bertrand Russel assevera que trata-se de uma “filosofia de engenheiro”,<br />

distinta <strong>do</strong> senso comum e da maioria das outras filosofias, visto que rejeita o “fato como<br />

conceito fundamental na definição de ‘verdade’, pois este é o elemento que limita a<br />

atuação <strong>do</strong> poder humano frente ao meio natural. Entretanto, sob a vigência <strong>do</strong> paradigma<br />

antropocêntrico, como denota a observação de Bertrand Russel, “encontramo-nos num<br />

universo de uma certa espécie, e verificamos que espécie de universo é por meio da<br />

observação, não por meio da auto-asserção”, o ser humano não se considera como parte<br />

8 RUSSEL, Bertrand. Idem, p.132.<br />

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