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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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Pelo exposto anteriormente, podemos concluir que as empresas<br />

sementeiras transnacionais apenas querem recuperar rapidamente os gastos com o<br />

desenvolvimento de novas tecnologias, sem preocupar-se com os efeitos mediatos e<br />

imediatos que sua conduta homogeneizada pode causar nos diversos ecossistemas e na<br />

dimensão social <strong>do</strong>s países em que introduzem suas tecnologias. Os governantes <strong>do</strong>s<br />

países subdesenvolvi<strong>do</strong>s e em desenvolvimento que recebem estas tecnologias devem<br />

a<strong>do</strong>tar posturas rígidas, de caráter preventivo, nas negociações com tais grupos<br />

empresariais, tornan<strong>do</strong> os benefícios das novas tecnologias compensatórios para ambas as<br />

partes, seja no campo econômico, político, social ou ambiental.<br />

Neste contexto, visualiza-se uma subordinação <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-nação, tanto<br />

<strong>do</strong>s países desenvolvi<strong>do</strong>s, que apóiam os interesses das transnacionais por terem muito a<br />

ganhar em seu Produto Interno Bruto, mas deixan<strong>do</strong> de la<strong>do</strong> os interesses de seus<br />

cidadãos, quanto <strong>do</strong>s países subdesenvolvi<strong>do</strong>s e em desenvolvimento, que no contexto da<br />

globalização, não têm muitas escolhas a fazer, pois dependem <strong>do</strong>s empréstimos <strong>do</strong>s<br />

organismos multilaterais e devem, portanto, seguir suas diretrizes para equacionar as<br />

contas governamentais. Os interesses <strong>do</strong> capital transnacional, assumem, então, posição<br />

de orienta<strong>do</strong>r das políticas públicas <strong>do</strong>s países subdesenvolvi<strong>do</strong>s e em desenvolvimento,<br />

sujeitos às pressões de um mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>, verdadeira releitura da teoria da<br />

biopolítica desenvolvida por Michel Foucalt.<br />

3.2 - O conceito de biopolítica em Michel Foucalt 101<br />

É necessário salientar que a teoria de Michel Foucalt sobre a biopolítica,<br />

inobstante seja um autor contemporâneo, não contemplou os aspectos referentes à<br />

globalização, fenômeno <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XX, que embora tenha suas raízes em fatos<br />

históricos anteriores, desencadeou-se principalmente após o fim da Guerra Fria e a Queda<br />

<strong>do</strong> Muro de Berlim. Desta forma, a ação das transnacionais não incluiu-se em seus<br />

estu<strong>do</strong>s, e talvez até mesmo, nunca fosse objetivada como agente ativo da biopolítica.<br />

Ressalte-se que Foucalt apenas lançou a teoria, ten<strong>do</strong> mesmo ele próprio escrito muito<br />

pouco sobre ela. Assim, suas idéias foram apreendidas por outros pensa<strong>do</strong>res, e o matiz<br />

101 FOUCALT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). Tradução<br />

Maria Ermantina Galvão. - São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 288-303.<br />

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