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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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desenvolvimento, são todas configurações destas estratégias de equilíbrio e de<br />

manutenção das distinções.” 35<br />

Nas autodescrições da sociedade contemporânea, o paradigma era<br />

basea<strong>do</strong> num princípio de racionalidade que representava a tensão face ao equilíbrio das<br />

distinções e que reforçava a expectativa da normalidade. A indicação da normalidade<br />

permitia assinalar, distintamente, o limite além <strong>do</strong> qual os acontecimentos apresentavam<br />

o caráter de desvio. Os acontecimentos assumem o caráter de normalidade, quan<strong>do</strong> o seu<br />

“acontecer” é sustenta<strong>do</strong> pelo consenso de regularidade, pelo fortalecimento daquelas<br />

estruturas de controle <strong>do</strong> desvio que são constituídas de expectativas.<br />

A regularidade permite construir conexões entre os acontecimentos,<br />

imputar causalidade e elaborar descrições que tornam manifestas as conexões entre os<br />

acontecimentos. A calculabilidade das imputações na construção de conexões confere a<br />

estas caráter de razoabilidade. As anotações de De Giorgi explicitam a situação: “A<br />

regularidade que opera na estrutura seletiva <strong>do</strong>s acontecimentos, fornece segurança à<br />

ação e, ao mesmo tempo, possibilita o tratamento <strong>do</strong> desvio, ou seja, torna possível a<br />

normatização.” 36 Por meio das autodescrições, a dimensão temporal <strong>do</strong> agir harmoniza-se<br />

com a dimensão social em acontecimentos, utilizan<strong>do</strong>-se, para tanto, da calculabilidade.<br />

Tal sintonia, possibilita as combinações entre os acontecimentos. O<br />

espaço no qual isto ocorre delimita a normalidade. Tu<strong>do</strong> o que não está disposto, o que<br />

está fora, não pertence à normalidade. Na sociedade moderna, o direito e a economia são<br />

(sub)sistemas sociais que tratam a contigência de maneira a não permitir que esta adquira<br />

valor de estrutura, na concepção marxista <strong>do</strong> termo. Estes sistemas produzem segurança<br />

por meio <strong>do</strong> tratamento de expectativas com base em decisões ou também com base no<br />

controle da escassez <strong>do</strong>s recursos, planejan<strong>do</strong> políticas e assumin<strong>do</strong> riscos calculáveis,<br />

segun<strong>do</strong> os partidários desta teoria.<br />

35 DE GIORGI, Raffaele. Obra citada, local cita<strong>do</strong>.<br />

36 DE GIORGI, Raffaele. Idem, p. 48.<br />

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