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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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o que não podemos delimitar. Raffaele De Giorgi, elucida a questão: “Medidas ulteriores<br />

de segurança não são completamente capazes de controlar as indeterminações que<br />

nascem em virtude da sua própria ativação e, portanto, não dão qualquer segurança<br />

complementar: estas podem, somente, deslocar o problema ou no tempo ou no espaço de<br />

produção destes eventos.” 37<br />

Nunca poderemos responder seguramente, ao menos que racionalizemos<br />

completamente uma indeterminação, qual é o nível de segurança da segurança? No<br />

mun<strong>do</strong> moderno, a sociedade caracteriza-se pela sua suposta capacidade de controlar as<br />

incertezas, acaban<strong>do</strong>, muitas vezes, por produzí-las. Há um para<strong>do</strong>xo insolúvel, que<br />

acrescenta a necessidade de proteção e segurança. A ação é conduzida desta forma<br />

visan<strong>do</strong> evitar que as indeterminações possam adquirir valor de estrutura, ou seja, que o<br />

desvio se estabilize. Nunca teremos a certeza sobre quais decisões podem ser capazes de<br />

evitar situações que não se sabe se ocorrerão.<br />

Desta forma, podemos concluir que a estrutura da sociedade moderna é<br />

para<strong>do</strong>xal, pois as considerações que desenvolvemos são plausíveis, e esta<br />

para<strong>do</strong>xalidade tornou-se tema da comunicação, visto que a sociedade contemporânea<br />

reforça simultaneamente as proposições da segurança e da insegurança, determinação e<br />

indeterminação, estabilidade e instabilidade. Nas palavras de De Giorgi: “(...) nesta<br />

sociedade, há simultaneamente mais igualdade e mais desigualdade, mais participação e<br />

menos participação; mais riqueza e, ao mesmo tempo, mais pobreza.” 38<br />

Neste contexto, podemos afirmar que o futuro está mais próximo porque<br />

as possibilidades <strong>do</strong> agir e a sua complexidade desenvolveram-se simultaneamente;<br />

entretanto, este futuro segue ignora<strong>do</strong> e sempre mais incerto e preocupante, porque o<br />

desvio da normalidade é, ao mesmo tempo, mais estável e mais contingente. Na atual<br />

sociedade mundial, há mais exclusões e também mais inclusões. Assim, como ponto de<br />

chegada, no qual se estabiliza uma normalidade construída em virtude de uma<br />

projetualidade racional relativa à finalidade, o futuro está mais longe e improvável, fato<br />

37 DE GIORGI, Raffaele. Idem, p. 49.<br />

38 DE GIORGI, Raffaele. Idem, p. 50.<br />

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