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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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este ser uma característica essencial da vida humana, que tem como pressuposto a<br />

apropriação <strong>do</strong>s bens e o individualismo egocêntrico. Entretanto, a própria evolução das<br />

espécies mostra que existem parâmetros e limites para a manutenção da capacidade de<br />

crescimento.<br />

Por vezes, é preciso adaptar-se às novas realidades ou sucumbir diante<br />

delas. Fritjof Capra desmistifica o paradigma <strong>do</strong> crescimento contínuo, que pressupõe a<br />

visão vigente no merca<strong>do</strong> e nos governos de que “o bem comum será maximiza<strong>do</strong> se<br />

to<strong>do</strong>s os indivíduos, grupos e instituições maximizarem sua própria riqueza material – o<br />

que é bom para a General Motors é bom para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. O to<strong>do</strong> é identifica<strong>do</strong><br />

com a soma de suas partes, e ignora-se o fato de que ele pode ser mais ou menos <strong>do</strong> que<br />

essa soma, dependen<strong>do</strong> da interferência mútua entre as partes”. Entretanto, as<br />

conseqüências desta falácia reducionista e materialista “estão se tornan<strong>do</strong> agora<br />

<strong>do</strong>lorosamente perceptíveis, na medida em que as forças econômicas cada vez mais se<br />

entrechocam, dilaceram o teci<strong>do</strong> social e arruínam o meio ambiente natural”. 156<br />

Também os ensinamentos de Celso Furta<strong>do</strong>, que denomina esta<br />

cosmovisão de “mito <strong>do</strong> desenvolvimento econômico”, ilustram essa caraterística<br />

peculiar ao modelo produtivo capitalista industrial, a necessidade de um crescimento<br />

sempre maior, seja da produção ou da expansão <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res. Fato que foi<br />

internacionaliza<strong>do</strong> pela economia. As palavras <strong>do</strong> autor, cita<strong>do</strong> por Amália Maria<br />

Goldberg Go<strong>do</strong>y 157 ilustram essa faceta insustentável <strong>do</strong> modelo capitalista, ao salientar<br />

que a universalização <strong>do</strong> desenvolvimento econômico é um mito fundante na concepção<br />

das ciências sociais, que pretende levar os padrões de consumo <strong>do</strong>s habitantes <strong>do</strong>s países<br />

industrializa<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong> o restante <strong>do</strong> globo, trata-se da tentativa de disseminar the<br />

american way of life para o maior número de pessoas possível.<br />

Segun<strong>do</strong> Celso Furta<strong>do</strong>, “Essa idéia constitui, seguramente, uma<br />

prolongação <strong>do</strong> mito <strong>do</strong> progresso, elemento essencial na ideologia diretora da revolução<br />

burguesa, dentro da qual se criou a atual sociedade industrial”. Entretanto, trata-se de<br />

pretensão impossível de ser realizada, até <strong>do</strong> ponto de vista da sustentabilidade, pois “(...)<br />

155 DERANI, Cristiane. Obra citada, p. 170.<br />

156 CAPRA, Fritjof. Obra citada, p. 205.<br />

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