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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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CONCLUSÃO<br />

Todas as inovações desencadeadas pelo desenvolvimento científico-<br />

tecnológico, principalmente a industrialização e a agricultura mecanizada e baseada na<br />

petroquímica, foram formuladas e reguladas pelos pressupostos tradicionais <strong>do</strong><br />

antropocentrismo e <strong>do</strong> modelo cartesiano, que ocasionaram efeitos nocivos para a<br />

conjuntura sistêmica que une o ser humano ao meio natural. Com isso, ao invés de<br />

possibilitar uma convivência harmônica da espécie humana com a natureza, os preceitos<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento sustentável ratificaram a supremacia <strong>do</strong> ser humano em relação ao<br />

ambiente, negligencian<strong>do</strong> a inserção da espécie no ecossistema terrestre, o que<br />

impulsionou a degradação ambiental e as desigualdades sociais, implican<strong>do</strong> na<br />

diminuição da biodiversidade, bem como na deterioração da qualidade de vida <strong>do</strong> ser<br />

humano.<br />

Esta situação foi agravada pelas características intrínsecas ao modelo<br />

econômico neoliberal, fundamenta<strong>do</strong> na globalização geopolítica, na economia de<br />

merca<strong>do</strong> e na era da informação. Tal modelo político-econômico, financia<strong>do</strong> pelo capital<br />

transnacional e sustenta<strong>do</strong> pelos organismos multilaterais, ocasiona uma restrição da<br />

autonomia e soberania <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-nação mediante a imposição de políticas públicas que<br />

desprivilegiam as políticas sociais e ambientais, restringin<strong>do</strong>-se apenas à exponenciação<br />

<strong>do</strong>s fundamentos liberais-individuais sustenta<strong>do</strong>s pelo ordenamento jurídico, que visam<br />

garantir a segurança <strong>do</strong>s contratos, a apropriação <strong>do</strong>s bens naturais, o retorno rápi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

investimentos feitos pelo conglomera<strong>do</strong> financeiro internacional, além <strong>do</strong> superávit das<br />

balanças comerciais <strong>do</strong>s países que se submetem a este modelo global. Esta cojuntura<br />

consoli<strong>do</strong>u o que vários autores denominam de “crise da modernidade”, evidenciada pela<br />

falibilidade <strong>do</strong>s pressupostos da liberdade, da igualdade e da fraternidade, cada vez mais<br />

distantes de grande parcela <strong>do</strong>s habitantes <strong>do</strong> planeta.<br />

Entretanto, é inegável que este desenvolvimento científico-tecnológico<br />

também trouxe inúmeras benesses e comodidades à sociedade contemporânea, pelo<br />

menos para parte desta sociedade global. Tal fato justifica os níveis de consumo <strong>do</strong>s<br />

habitantes <strong>do</strong>s países desenvolvi<strong>do</strong>s, bem como a tentativa de disseminar estas<br />

prerrrogativas para os merca<strong>do</strong>s emergentes, o que suscitaria o avolumamento da<br />

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