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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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segurança, não funciona, recorre-se à moral, que funciona em relação aos princípios, mas<br />

não leva ao consenso nas decisões individuais, produzin<strong>do</strong> conflito sobre a avaliação <strong>do</strong>s<br />

riscos e sua aceitabilidade. Sem o auxílio presta<strong>do</strong> pela moral, o que resta é o pânico,<br />

síndrome costumeira da modernidade.<br />

A partir desta certeza, vislumbrou-se <strong>do</strong>is possíveis caminhos: ou a<br />

sociedade aceita o risco como uma condição existencial (solução que traz a rejeição <strong>do</strong><br />

saber <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e que não estimula a ação); ou a sociedade aceita o fato de que o<br />

processo de modernização não seria mais capaz de controlar a si mesmo, o que impeliria<br />

a racionalidade para um patamar onde mais fosse possível detê-la (sociedade de risco ou<br />

contramodernidade). Segun<strong>do</strong> De Giorgi, a sociedade de risco esta caracterizada num<br />

momento em que ele determina como “Segunda modernidade”, correspondente ao<br />

perío<strong>do</strong> em que os sistemas de normas sociais que haviam garanti<strong>do</strong> “segurança” tornam-<br />

se “falhos”. As “falhas” originam-se da incapacidade <strong>do</strong> sistema em ”controlar as<br />

ameaças que provêm de suas decisões. Tais ameaças são de natureza ecológica,<br />

tecnológica, política, e as decisões são resulta<strong>do</strong> de coações que derivam da racionalidade<br />

econômica que impõe o modelo de racionalidade universal”. 41<br />

Sob este prisma, o risco é uma modalidade de relação com o futuro, é<br />

uma forma de determinação das indeterminações segun<strong>do</strong> a diferença<br />

probabilidade/improbabilidade. Na sociedade moderna, o risco é condição estrutural da<br />

auto-reprodução, pois o fechamento operativo <strong>do</strong>s sistemas singulares determina<strong>do</strong>s pela<br />

estrutura e uni<strong>do</strong>s estreitamente, torna possível o controle <strong>do</strong> ambiente, tornan<strong>do</strong><br />

improvável a racionalidade, constrangen<strong>do</strong> os sistemas a operar sob as condições da<br />

incerteza. Esta estreita união estrutural, impõe um acor<strong>do</strong> temporal da seqüência,<br />

asseguran<strong>do</strong> tanto a possibilidade <strong>do</strong> perfeito funcionamento <strong>do</strong>s sistemas, quanto a<br />

iminente possibilidade de uma catástrofe, o liame é estreito, o sistema opera sob os<br />

auspícios <strong>do</strong> risco.<br />

Nesta situação, a razão clássica, baseada na calculabilidade e na<br />

regularidade, no sistema binário, é desestruturada pela incerteza presente no tempo.<br />

41 DE GIORGI, Raffaele. Idem, p. 52.<br />

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