16.04.2013 Views

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dessas repercuções ambientais não é imediata: o conhecimento técnico, como também a<br />

ignorância, se constróem socialmente”. Desta forma, faz-se necessário “estudar os me<strong>do</strong>s<br />

das novas tecnologias, bem como também estudar os silêncios sociais (ante o DDT, a<br />

energia nuclear civil) durante muitos anos”. Só a partir destas avaliações, objeto de<br />

estu<strong>do</strong> de “uma nova historiografia da tecnologia que inclui seus impactos ambientais<br />

(RADKAU, 1998)”, estas conclusões poderão ser apresentadas pelos historia<strong>do</strong>res<br />

econômicos e incorporadas pelos economistas, que refletirão acerca da gestão <strong>do</strong> risco<br />

em uma situação incerta, como no caso da energia nuclear, da incineração massiva de<br />

resíduos ou das biotecnologias. Entretanto, o autor ressalta que ainda ”não sabemos<br />

realmente que custos sociais e ecológicos futuros terá a nova tecnologia (FUNTOWICS<br />

et RAVETZ, 1991)”. 87<br />

Também José Eduar<strong>do</strong> de Siqueira polemiza acerca da ineficiência <strong>do</strong>s<br />

atuais modelos de avaliação econômica em relação aos problemas ambientais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

moderno, to<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s na avaliação <strong>do</strong> progresso técnico em detrimento da degradação<br />

ambiental, o que incentiva a formulação de políticas públicas com caráter não<br />

conservacionista, contribuin<strong>do</strong> cada vez mais para a destruição da vida no planeta. O<br />

autor trata o tema com o nome de “contabilidade econômica”. Ressalta, entretanto, que a<br />

inexistência de uma “contabilidade biológica” dá azo a todas as incertezas ecológicas que<br />

assolam a sociedade moderna.<br />

A contabilidade pública não internaliza estes conceitos, pois “o sistema<br />

internacionalmente aceito para apresentar a contabilidade econômica de um país, o<br />

chama<strong>do</strong> Produto Interno Bruto (PIB), avalia corretamente a deterioriação das fábricas,<br />

porém não considera a depreciação <strong>do</strong> ‘capital natural’, como é o caso da perda <strong>do</strong> solo<br />

por erosão, a destruição das florestas pela chuva ácida ou a diminuição da camada de<br />

ozônio”. Esta prática contábil utilizada pelos páises, que superestima o progresso técnico,<br />

mas desconsidera os impactos ambientais, incentiva a formulação de políticas públicas,<br />

inclusive econômicas, que são prejudiciais ao equilíbrio ecológico. Por fim, o autor<br />

afirma que “o sistema de contabilidade biológico conheci<strong>do</strong> é bastante precário e sequer<br />

se tem idéia <strong>do</strong> número de espécies de plantas e animais que se extinguem a cada ano. A<br />

87 MARTÍNEZ ALIER, Joan. Obra citada, p. 252-53.<br />

PDF created with FinePrint pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!