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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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seja basea<strong>do</strong> no questionamento ético constante, presente em todas as etapas da produção<br />

<strong>do</strong> conhecimento científico.<br />

Se o pesquisa<strong>do</strong>r não mais detêm o poder para encaminhar a utilização<br />

<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s de suas pesquisas, deve utilizar-se obrigatoriamente <strong>do</strong> questionamento<br />

ético para conduzir seus experimentos, pois a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na liberdade de<br />

investigação científica não assegura que os desígnios éticos sejam respeita<strong>do</strong>s. A<br />

regulamentação <strong>do</strong> progresso tecnológico deve partir da própria conscientização <strong>do</strong>s<br />

cientistas, pois se isto for uma obrigatoriedade imposta pelo Poder Público os resulta<strong>do</strong>s<br />

para a humanidade e o meio ambiente podem ser irremediáveis, apesar de passíveis de<br />

punição.<br />

Assim, o pesquisa<strong>do</strong>r, o cientista, devem sentir-se responsáveis por sua<br />

atuação, mas não pelo receio de ser puni<strong>do</strong> ou pelas proibições que a legislação<br />

apresenta. O senso de responsabilidade deve ser interioriza<strong>do</strong>, conten<strong>do</strong> uma concepção<br />

ideológica que se exteriorizará na ação, no desenvolvimento <strong>do</strong> conhecimento científico.<br />

A tensão existente entre o ser futuro e o ser presente deve ser preenchida com esse<br />

imperativo de responsabilidade. Distingue-se então, responsabilidade, da simples<br />

imputabilidade.<br />

A contribuição de José Eduar<strong>do</strong> de Siqueira engrandece a formulação de<br />

Hans Jonas, quan<strong>do</strong> o autor ressalta o fato da responsabilidade individual, “de cada ser<br />

humano consigo mesmo”, estar indissociavelmente vinculada à responsabilidade coletiva,<br />

“que se tem para com to<strong>do</strong>s os homens”. Desta feita, o caráter duplo da responsabilidade<br />

<strong>do</strong> homem “trata-se de uma solidariedade que o liga a to<strong>do</strong>s os homens e a natureza que o<br />

cerca. Parece, portanto, natural que a culminância dessa reflexão, seja para contemplar<br />

também o universal e concluímos, com Jonas, que o ser humano precisa responder, com<br />

seu próprio ser, a uma noção mais ampla e radical de responsabilidade, que é a referente à<br />

natureza humana e extra-humana, já que a tecnologia hodierna permite ações<br />

transforma<strong>do</strong>ras num expectro que vai <strong>do</strong> genoma humano ao plano cósmico”. 272<br />

272 SIQUEIRA, José Eduar<strong>do</strong> de. Idem, p. 37.<br />

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