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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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desiguais, mas tornan<strong>do</strong> os “Esta<strong>do</strong>s-nação meramente instrumentos de registro e fluxo<br />

de merca<strong>do</strong>rias, dinheiro e populações que põem em movimento”. As grandes<br />

corporações, então, alteran<strong>do</strong> a dinâmica <strong>do</strong> capital, redefinin<strong>do</strong> a composição geográfica<br />

<strong>do</strong>s territórios e estabelecen<strong>do</strong> a divisão internacional <strong>do</strong> trabalho, “distribuem<br />

diretamente a força de trabalho pelos merca<strong>do</strong>s, alocam recursos funcionalmente e<br />

organizam hierarquicamente os diversos setores mundiais de produção”. Desta forma, “o<br />

complexo aparelho que seleciona investimentos e dirige manobras financeiras e<br />

monetárias determina uma nova geografia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial, ou com efeito a nova<br />

estruturação biopolítica <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”. 99<br />

Assim, pode-se visualizar que o desenvolvimento tecnológico, que<br />

incontestavelmente nos traz grandes benesses, também pode nos prejudicar, visto que<br />

modifica a própria divisão <strong>do</strong> trabalho, como também salientaram Maria Laura Silveria,<br />

Antônio Hardt e Michael Negri. Este desenvolvimento que aumenta a produção com base<br />

na mecanização e robotização, acaba por diminuir sensivelmente o número de postos de<br />

trabalho, aumentan<strong>do</strong> o desemprego e por conseguinte, reduzin<strong>do</strong> o nível <strong>do</strong>s salários<br />

pela excessiva oferta de mão de obra, o que preconiza enorme desajuste social,<br />

deterioran<strong>do</strong>. a qualidade de vida e o bem-estar <strong>do</strong> ser humano.<br />

As palavras de Lizst Vieira, cita<strong>do</strong> por Abili Lázaro Castro de Lima,<br />

corroboram este posicionamento, ao tratarem <strong>do</strong> atual “padrão mundial de acumulação e<br />

desenvolvimento” que, basea<strong>do</strong> no poder proporciona<strong>do</strong> pelo monopólio <strong>do</strong><br />

conhecimento e <strong>do</strong> saber, que se exterioriza pelas novas tecnologias, “ reduz a oferta de<br />

empregos produtivos e reforça as tendências de exclusão social. Ao valorizar a<br />

competição que favorece o mais poderoso e/ou mais apto (e nesse senti<strong>do</strong> revalorizan<strong>do</strong> a<br />

desigualdade em detrimento da solidariedade, da justiça e da eqüidade), a reestruturação<br />

em curso vem estimulan<strong>do</strong> conflitos sociais, religiosos, nacionais, étnicos (Abreu, 1995),<br />

e transforman<strong>do</strong> os trabalha<strong>do</strong>res em população descartável. 100<br />

(Org.). Riscos <strong>do</strong>s Transgênicos. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 68.<br />

99<br />

HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Império. Tradução de Berilo Vargas. 4. ed. Rio de Janeiro:<br />

Record, 2002, p. 50-51.<br />

100<br />

LIMA, Abili Lázaro Castro de. Obra citada, p.. 133.<br />

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