16.04.2013 Views

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

não existem recursos naturais suficientes para suportar tamanha intensidade e velocidade<br />

de produção e poluíção, degradação e absorção <strong>do</strong>s detritos decorrentes da mesma”.<br />

Ademais, nos países que atingiram eleva<strong>do</strong>s níveis de produção e de consumo, essa<br />

exponenciação “só foi possível com a equivalente distribuição da miséria para a grande<br />

massa da população”. 158<br />

Partin<strong>do</strong>-se desta constatação, de que a ciência econômica ainda não<br />

ultrapassou a utopia <strong>do</strong> crescimento contínuo, paradigma que serviu de base para a<br />

elaboração da maioria <strong>do</strong>s conceitos de desenvolvimento sustentável e inclusive, para as<br />

codificações modernas, podemos afirmar que desenvolvimento sustentável significa o<br />

“crescimento ou desenvolvimento econômico que seja compatível com a capacidade de<br />

sustento” 159 . O Informe Brundtland esclarece: “Em essência, o desenvolvimento<br />

sustentável é o processo de transformação no qual a exploração <strong>do</strong>s recursos, a direção<br />

<strong>do</strong>s investimentos, a orientação <strong>do</strong> desenvolvimento tecnológico e a mudança institucinal<br />

se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades<br />

e aspirações humanas”. 160<br />

Diante destas premissas, pode-se perceber que o conceito é formula<strong>do</strong><br />

com base numa visão antropocêntrica, na qual o ser humano continua a ser senhor<br />

absoluto de toda a vida na Terra. A formulação indica uma maneira da sociedade<br />

continuar exploran<strong>do</strong> os recursos naturais de forma a satisfazer as necessidades humanas,<br />

só que de maneira contingenciada. É apenas uma fórmula de gestão para que os recursos<br />

nos satisfaçam por um perío<strong>do</strong> mais prolonga<strong>do</strong>, mas sem preocupações extras, como a<br />

da manutenção <strong>do</strong>s ecossistemas e da preservação da biodiversidade.<br />

Trata-se apenas, de sistematizar o “quantum” desta exploração, de mo<strong>do</strong><br />

a potencializar o seu uso por mais algumas décadas; é o gerenciamento da utilização <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais, a obtenção de um ponto óptimo de exploração. Entretanto, alguns<br />

avanços podem ser observa<strong>do</strong>s, não em relação à formulação <strong>do</strong> conceito, mas em se<br />

157<br />

GODOY, Amália Maria Goldberg. Obra citada, p. 28.<br />

158<br />

FURTADO, Celso. O mito <strong>do</strong> desenvolvimento econômico. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1974, p. 16.<br />

159<br />

FURTADO, Celso. Idem, p. 102.<br />

160<br />

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2 ed. Rio de<br />

Janeiro: Ed. FGV, 1991, p. 49.<br />

PDF created with FinePrint pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!