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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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conserva<strong>do</strong> e tutela<strong>do</strong> para que a vida humana na Terra não seja destruída, inviabilizada,<br />

obstaculizada pela extinção das outras espécies, das quais o ser humano usufrui<br />

indiscriminadamente. O desígnio é permitir às gerações futuras um nível mínimo de<br />

exploração <strong>do</strong>s recursos naturais, para que sua sobrevivência seja assegurada. O intuito<br />

não é a harmonização, a compatibilização, o inter-relacionamento, é puramente auto-<br />

preservacionista.<br />

Além disso, os que poderão se beneficiar da preservação <strong>do</strong>s recursos<br />

naturais no momento presente são os que terão possibilidades de exaurí-los num futuro<br />

próximo, ou seja, os países desenvolvi<strong>do</strong>s, grandes produtores e consumi<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s bens<br />

ambientais, assertiva para<strong>do</strong>xal ao paradigma ambiental de que a pobreza gera<br />

desequilíbrio ambiental e a destruição <strong>do</strong> meio ambiente. O autor afirma que a crítica a<br />

ser feita refere-se à “tutela <strong>do</strong>s recursos ambientais para as gerações futuras dentro <strong>do</strong><br />

modelo econômico que se tem, será uma tutela seletiva pois as gerações que estarão<br />

garantidas serão aquelas que descenderem <strong>do</strong>s controla<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ambiente, <strong>do</strong>s meios de<br />

produção”. Esta assertiva vai de encontro ao fato de que a “garantia <strong>do</strong> meio ambiente<br />

equilibra<strong>do</strong> para as futuras gerações é dependente <strong>do</strong>s mecanismos de acesso aos recursos<br />

ambientais pois o que se tem até aqui, é um acesso desigual. Esse acesso desigual se<br />

traduz em diferentes graus de consumo, em que cidadãos de países ricos consomem<br />

muito mais que cidadãos de países pobres, cidadãos ricos de países pobres consomem<br />

muito mais <strong>do</strong> que os cidadãos pobres de países pobres”. 171<br />

Inobstante a formação <strong>do</strong> conceito de desenvolvimento sustentável<br />

suscite inúmeras divergências e as delimitações de sua extensão não estejam bem<br />

definidas, é certo que trata-se de iniciativa louvável, mas que, embora seja tida como<br />

palavra de ordem, principalmente em relação às políticas públicas e ao modelo de gestão<br />

das empresas privadas, parcos resulta<strong>do</strong>s têm apresenta<strong>do</strong>, servin<strong>do</strong> mais de diferencial<br />

merca<strong>do</strong>lógico e princípio de marketing para o setor priva<strong>do</strong>, e regra de boa vizinhança e<br />

aceitação mundial para o setor público, <strong>do</strong> que, efetivamente, paradigma alternativo no<br />

relacionamento da sociedade com a natureza.<br />

171 SILVA, José Robson da. Obra citada, p. 42-43.<br />

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