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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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acompanham o desenvolvimento da busca da qualidade e geralmente correm junto com<br />

as autoridades <strong>do</strong>s países ricos, mas, nos países pobres, superam e antecipam-se a estas e<br />

determinam seus interesses atendi<strong>do</strong>s quer por ignorância, corrupção ou metas nacionais<br />

de valores superiores”. Desta maneira, as transnacionais impõem as políticas públicas <strong>do</strong>s<br />

países pobres, determinan<strong>do</strong> “os valores de resíduos, as tolerâncias, os prazos de<br />

carências, as técnicas sofisticadas de análises, a formação servil e boçal de muitos<br />

intstrutores de modelo, técnicos pós-gradua<strong>do</strong>s e outros tipos de políticas públicas de<br />

servidão. Nada disto altera a obseqüência ao Império. 98<br />

O quadro apresenta<strong>do</strong>, em que as transnacionais sementeiras instituem<br />

tecnologias que privilegiam seus próprios interesses sem preocupar-se com<br />

posicionamentos governamentais, ou mesmo ditan<strong>do</strong> as políticas públicas de algumas<br />

nações, espelha um novo aspecto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>, reflexo de um contexto pós-<br />

imperialista e quiçá, pós-moderno, intitula<strong>do</strong> por Antonio Negri e Michael Hardt, em sua<br />

obra homônima, como Império, cujo objeto de governo é a a vida social como um to<strong>do</strong>,<br />

se apresentan<strong>do</strong> como forma paradigmática <strong>do</strong> biopoder, um conceito desenvolvi<strong>do</strong> por<br />

Michel Foucalt, que o caracteriza como a forma de poder que regula a vida social por<br />

dentro, acompanhan<strong>do</strong>-a, interprentan<strong>do</strong>-a, absorven<strong>do</strong>-a e a rearticulan<strong>do</strong>.<br />

O pensamento de Hardt e Negri, ao analisar a função das corporações<br />

nesse novo contexto, ilustra a problemática das transnacionais sementeiras e sua relação<br />

com os Esta<strong>do</strong>s, que agora, mesmo quan<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>s, também tem que se submeter<br />

a esse poder transfronteiriço representa<strong>do</strong> pelo capital transnacional.:Desta maneira “as<br />

grandes corporações transnacionais constroem o teci<strong>do</strong> conectivo fundamental <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

biopolítico em certos e importantes senti<strong>do</strong>s. O capital sempre foi, de fato, organiza<strong>do</strong><br />

com vistas à esfera global inteira, mas só na segunda metade <strong>do</strong> século XX corporações<br />

industriais e financeiras multinacionais e transnacionais começam de fato a estruturar<br />

biopoliticamente territórios globais”.<br />

Para tanto, as grandes corporações “estruturam e articulam territórios e<br />

populações”, não mais simplesmente por meio de coman<strong>do</strong>s abstratos ou de permutas<br />

98 PINHEIRO, Sebastião. Transgênicos: qualidade ou contaminação? In: GÖRGEN, Frei Sérgio Antônio<br />

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