16.04.2013 Views

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elencará prerrogativas e necessidades distintas para as populações <strong>do</strong>s países<br />

desenvolvi<strong>do</strong>s e subdesenvolvi<strong>do</strong>s, ou em desenvolvimento. Assim, teremos cidadãos de<br />

primeira e segunda categorias, com necessidades e prerrogativas distintas, que<br />

culminarão em padrões de qualidade de vida compatíveis com o desenvolvimento da<br />

economia <strong>do</strong> país e com o nível de consumo de suas populaçõe.<br />

Para exemplificar, o autor cita o exemplo da Suíça, onde a aferição da<br />

qualidade da água, por meio <strong>do</strong>s índices de potabilidade, é muito diferente da que é<br />

recomendada pelo Organização Mundial de Saúde, sen<strong>do</strong> cinco vezes mais rigorosos <strong>do</strong><br />

que índices pratica<strong>do</strong>s em Ruanda, que segue as recomendações da OMS. A partir desta<br />

constatação, Sebastião Pinheiro faz indagações acerca <strong>do</strong> conceito de qualidade,<br />

afirman<strong>do</strong> que este têm um caráter sócio-econômico que o une fundamentalmente à<br />

noção de cidadania, que por ser garantida em níveis diferente em cada país, acaba por<br />

estabelecer critérios diferencia<strong>do</strong>s para o cidadão, que de acor<strong>do</strong> com as condições <strong>do</strong><br />

país em que habita, terá padrões diferencia<strong>do</strong>s em suas exigências de qualidade.<br />

Ressalta ainda, que tal interpretação também é utilizada na Organização<br />

Mundial <strong>do</strong> Comércio, o que justificaria a liberalização <strong>do</strong> comércio de produtos e<br />

serviços internacionais que degradam o meio ambiente e a qualidade de vida humana, de<br />

acor<strong>do</strong> com as características específicas de cada país envolvi<strong>do</strong> no sistema comercial<br />

internacional. Desta forma, seria justificável que os países que têm problemas com fome,<br />

desnutrição e segurança alimentar, consumissem produtos geneticamente modifica<strong>do</strong>s,<br />

diferentemene <strong>do</strong>s cidadão<strong>do</strong>s países de primeiro mun<strong>do</strong>, que por possuírem maiores<br />

níveis de informação e maior poder sócio-econômico, poderiam consumir produtos<br />

oriun<strong>do</strong>s da agricultura sustentável, da agroecologia, entre outros, visto que poderiam<br />

arcar com os custos desta qualidade diferenciada, e continuar alimentan<strong>do</strong>-se de maneira<br />

saudável. A questão da qualidade, esbarra, portanto, na teoria <strong>do</strong>s países centrais e<br />

periféricos, estabelecen<strong>do</strong> parâmetros de aferição distintos, de acor<strong>do</strong> com os índices de<br />

desenvolvimento humano de cada nação. 143<br />

143 PINHEIRO, Sebastião. Obra citada, p. 65-66.<br />

PDF created with FinePrint pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!