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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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a agricultura permanece sen<strong>do</strong> a atividade humana que mais intimamente conecta a<br />

sociedade com a natureza. Por mais que se esteja viven<strong>do</strong> na ‘aurora de uma nova era’ –<br />

rotulada de pós-industrial, pós-moderna ou pós-escassez -, a verdade é que a Humanidade<br />

continua muito longe de encontrar uma fonte de energia necessária à vida que dispense o<br />

consumo de plantas e animais, como ocorre há <strong>do</strong>is milhões de anos”. 221<br />

Desde a pré-história, as primeiras plantas cultivadas, como o milho, a<br />

batata e o tomate, originárias da América, foram levadas para Europa. O arroz, por sua<br />

vez, saiu da Ásia e foi trazi<strong>do</strong> para a América. Com o passar <strong>do</strong>s tempos, essas plantas<br />

que foram trazidas de outras regiões, se adaptaram nas regiões onde foram<br />

posteriormente cultivadas, sen<strong>do</strong> sempre selecionadas naturalmente, por processo<br />

biológico, e também pelos processos simples <strong>do</strong>s agricultores. Assim, surgiram as<br />

sementes rústicas, totalmente adaptas ao solo, ao clima e às condições peculiares destas<br />

diversas regiões, sen<strong>do</strong> conhecidas, cultivadas e armazenadas pelos agricultores,<br />

camponeses e povos tradicionais.<br />

Desta forma, os agricultores, e principalmente as agricultoras, que nas<br />

comunidades tradicionais são as responsáveis pelo cultivo das terras, foram os primeiros<br />

cientistas empíricos da humanidade, seu contato direto com as plantas e sua observação<br />

da natureza, permitiram a aquisição de conhecimentos fundamentais para o posterior<br />

cultivo das diversas variedades de plantas. Desde os tempos mais remotos, portanto, os<br />

agricultores têm conserva<strong>do</strong>, seleciona<strong>do</strong> e melhora<strong>do</strong> suas sementes para semeadura,<br />

inclusive por meio das trocas que realizavam com outros grupos camponeses,<br />

construin<strong>do</strong> um processo de partilhas, que lhes permitiu aumentar a diversidade genética<br />

das variedades que cultivavam. Com essa prática milenar, o resulta<strong>do</strong> foi uma<br />

impressionante diversidade de cultivos e variedades utilizadas na produção agrícola. 222<br />

Em virtude deste histórico, é que as sementes são de suma importância<br />

para a soberania alimentar, que é o direito que um povo tem de definir sua própria<br />

produção, distribuição e consumo de alimentos. Qualquer país ou povo que não tenha<br />

221 VEIGA, José Eli da. Obra citada, p. 209.<br />

222 VIA CAMPESINA BRASIL. Subsídios para implementar a campanha das sementes. Via Campesina<br />

Brasil, 2003, p. 8.<br />

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