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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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destinam à agricultura familiar, à sanar os problemas nutricionais e os problemas<br />

ambientais? Quais serão as prioridades da indústria transnacional sementeira, recuperar<br />

os lucros, matar a fome ou preservar o meio ambiente e a saúde humana? Receberão os<br />

países periféricos e os merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res pouco expressivos os benefícios<br />

resultantes desta nova tecnologia, sem um investimento maciço no desenvolvimento<br />

tecnológico? Desde quan<strong>do</strong> os países desenvolvi<strong>do</strong>s compartilham tecnologia com os<br />

países subdesenvolvi<strong>do</strong>s e em desenvolvimento? To<strong>do</strong>s estes questionamentos merecem<br />

atenção constante e as respostas obtidas são fundamentais para a escolha correta <strong>do</strong>s<br />

países que pretendem regulamentar a transgenia.<br />

Felizmente, por ora, as universidades brasileiras e os institutos públicos<br />

de pesquisa, conseguem manter-se livres destas influências, obten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s<br />

expressivos em relação à biotecnologia. A Embrapa é um centro de excelência<br />

reconheci<strong>do</strong> mundialmente, que ainda tem a possibilidade de pesquisar aplicações da<br />

biotecnologia que não estão apenas entre as destinadas ao agronegócio e à exportação,<br />

desenvolven<strong>do</strong> produtos biotecnológicos que tenham uma utilização de acor<strong>do</strong> com o<br />

interesse público e não apenas produtos facilmente comercializáveis, que impactão os<br />

números <strong>do</strong> agronegócio mundial. Entretanto, esta perspectiva otimista já vem sofren<strong>do</strong><br />

alterações, pois a recente mudança da direção deste órgão, teve o intuito de alterar as<br />

políticas e os rumos da instituição, que, paulatinamente, vai aban<strong>do</strong>nar a agricultura<br />

familiar e tradicional e se dedicar ao agronegócio.<br />

Esta liberalidade só é possível porque as pesquisas são custeadas pelo<br />

Governo Brasileiro, e os interesses são delinea<strong>do</strong>s com base nas políticas públicas <strong>do</strong><br />

país. Inobstante o orçamento dedica<strong>do</strong> ao desenvolvimento científico e tecnológico seja<br />

parco e insuficiente para assegurar certa autonomia ao país, o Governo Brasileiro ainda<br />

pode determinar a direção e o encaminhamento das descobertas e inovações. Entretanto,<br />

se as pesquisas forem financiadas e norteadas pelo conglomera<strong>do</strong> sementeiro<br />

internacional, o Brasil correrá o risco de se submeter também à ditadura <strong>do</strong><br />

conhecimento, da tecnologia, e não apenas a soberania econômica estará comprometida,<br />

não só o capital e as cifras <strong>do</strong> agronegócio influenciarão a “bancada ruralista”, toda a<br />

política nacional para o setor poderá se comprometer. Ademais a recente Lei de<br />

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